Em matéria divulgada, nesta segunda-feira (2), por veículo de comunicação nacional, o vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que não há dúvida de que o presidente Jair Bolsonaro tenha cometido prevaricação no caso Covaxin.
“Para nós da CPI, não tem dúvida o crime de prevaricação no caso da Covaxin. Esse crime não há dúvidas. O que nós estamos investigando é por que o presidente prevaricou”, afirmou.
“Nós estamos procurando os liames entre os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência e os demais. Todos os elementos e indícios apontam para responsabilidades do Presidente da República”, complementou o senador.
O congressista ainda afirmou que o relatório da CPI será estruturado em 3 pontos:
- Crime de lesa-humanidade – vai para o tribunal penal internacional;
- Crimes comuns – vão para o Ministério Público Federal;
- Crimes políticos – vão para a Câmara dos Deputados.
Por fim, Randolfe concluiu que o desafio da CPI é chegar a setembro com o trabalho concluído.
“A nossa ideia é organizar por tema cada uma das semanas. A 1ª semana é sobre o papel das intermediárias que atuaram no Ministério da Saúde, com o coronel Hamilton Gomes, Marcelo Blanco e Airton Cascavel. Na 2ª semana, a nossa ideia é avançar para investigarmos a Precisa e a Covaxin. E assim por diante. Então, nós devemos adotar essa dinâmica para ser mais didático, mas também para ser mais produtivo, sistematizando as informações e avançando para o relatório final”, afirmou.
O caso Covaxin
Foco de atenção da CPI da Covid, o contrato para compra de 20 milhões de doses da Covaxin foi anunciado pelo Ministério da Saúde em 25 de fevereiro, no valor de pouco mais de R$ 1,6 bilhão — ou R$ 80 por dose. Na ocasião, a pasta informou que o primeiro lote com as doses chegaria ainda em março, o que nunca aconteceu.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) só aprovou a importação da vacina, com restrições, no início de junho.
No fim de junho, Luis Miranda revelou ter se encontrado com Bolsonaro em 20 de março para denunciar supostas irregularidades na negociação, intermediada pela Precisa Medicamentos.
O deputado também disse ter contado ao presidente que seu irmão Luis Ricardo, do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, estaria sofrendo pressões para aprovar a importação da Covaxin.
As declarações levaram os irmãos Miranda a serem convocados pela CPI. No depoimento, o parlamentar disse que Bolsonaro citou o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, ao ouvir as denúncias de irregularidade.
O presidente confirmou ter se encontrado com Luis Miranda, mas nunca comentou sobre a suposta menção a Ricardo Barros. Ele tamboém nega as suspeitas de corrupção, argumentando que a compra da Covaxin — hoje suspensa — nunca foi efetivada.
O caso motivou os senadores Randolfe Rodrigues, Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) a apresentarem uma notícia-crime contra Bolsonaro no STF. No dia 2 de julho, a ministra Rosa Weber autorizou a abertura de um inquérito para investigar o presidente por suposto crime de prevaricação.
- Fonte: da Redação / Brasil 247.
- Foto: Divulgação.