Nesta segunda-feira (16), morreu o publicitário Duda Mendonça, aos 77 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central da capital, desde junho.
Duda tratava um câncer no cérebro, quando foi diagnosticado com Covid-19 e precisou ser intubado. Ele deixa a esposa, Aline Mendonça, e cinco filhos: Alexandre, Eduarda, Léo, Lucas e Rafael Mendonça. O corpo do publicitário será cremado, segundo a família.
Seu trabalho
Ex-marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Duda Mendonça se tornou conhecido nacionalmente por ter sido o publicitário por trás da primeira campanha eleitoral vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002.
Ele também participou de campanhas de Paulo Maluf (PP), em São Paulo; Miguel Arraes, em Pernambuco; Ciro Gomes (PDT), no Ceará, e do ex-primeiro-ministro de Portugal, Pedro Santana Lopes.
Reconhecimento
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou pesar pela morte do publicitário, “um gênio da comunicação política”:
“Duda Mendonça foi um gênio da comunicação política. O seu trabalho na campanha de 2002 já está na história como uma das campanhas mais bonitas e sensíveis da nossa história.”
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também comentou a morte de Duda Mendonça:
“Lamento a morte do baiano Duda Mendonça. Publicitário que teve o seu talento reconhecido no Brasil e no mundo. Meus sentimentos para familiares e amigos.”
Polêmicas
Quando estourou o escândalo do mensalão, o publicitário foi acusado de receber por serviços ao PT por meio de uma offshore nas Bahamas. Em 2005, Mendonça confessou à CPI dos Correios ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2.
A defesa do publicitário argumentou que ele cometeu o crime de sonegação fiscal, não o de lavagem de dinheiro, e que pagou o que devia ao fisco – R$ 4,8 milhões. Além disso, afirmou que o marqueteiro não tinha conhecimento da origem ilícita dos valores recebidos do partido e nunca tentou ocultá-los.
Mendonça chegou a virar réu no processo do mensalão, mas foi absolvido. Para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), não ficou demonstrado que ele tinha conhecimento da origem ilícita dos recursos e, consequentemente, não houve prova de sua intenção de ocultar os valores.
- Fonte: UOL / G1.
- Foto: Divulgação.