Nesta última segunda-feira (23), durante debate organizado por um veículo de comunicação nacional, especialistas conversaram sobre as atualizações da pandemia no Brasil. A pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcomo, analisou os avanços da vacinação, e principalmente, as ameaças da variante Delta a todo este processo. Segundo ela, “a nova variante não respeita vacinado”.
“Estamos vendo gente adoecer, tenho pacientes hoje com duas doses da Coronavac e uma Janssen que tomou na França, e está doente com carga viral grande, mas não é caso grave. E a gente tem medo que possa ocorrer uma outra variante. Cada variante que aparece faz com que as vacinas tenham uma efetividade um pouquinho menor. E isso é o esperado, não tem surpresa”, afirma.
De acordo com a epidemiologista e ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Carla Domingues, já existe uma avaliação de que em muitos estados há uma predominância da circulação da Delta.
“Então, o que põe mais risco de a gente ter a população sem o esquema completo é, principalmente, da gente pensar como é que vamos cuidar dos nossos idosos e profissionais da saúde que já foram vacinados. Nesse momento, tudo indica que vamos ter uma maior circulação da Delta no país como um todo”, destacou.
Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia ressaltou, durante o debate, a importância da segunda dose para combater a Delta.
“A falsa sensação de segurança quando você recebe a primeira dose ainda mais com a delta circulando não é uma boa ideia. Eu acho fundamental os gestores insistirem na importância da segunda dose. A defasagem entre a primeira e a segunda é enorme no país. Eu também vejo com excelentes olhos encurtar os intervalos das vacinas para poder melhorar a adesão”, afirmou.
- Fonte: Tribuna de Minas / Viver Bem.
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