As manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro que ocorreram no domingo (12) em várias cidades do país tiveram baixa adesão.
Os atos, que começaram durante a manhã e se estenderam pela tarde, pediam pelo impeachment de Bolsonaro e cobravam por mais vacinas contra a Covid-19.
Sob o mote “Fora Bolsonaro”, os protestos ocorreram em ao menos 10 capitais.
Faixas de protesto levadas pelos manifestantes também mencionavam a alta de preços dos alimentos e da gasolina. Nas ruas, também foi possível observar padronizações como o uso de vestimentas brancas e pedidos por uma “terceira via” para o pleito de 2022.
Os protestos foram organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelos grupos Vem Pra Rua e Livres. A articulação atraiu o apoio de políticos de direita, de centro e de esquerda, mas dividiu a oposição.
O Partido dos Trabalhadores (PT) e outras legendas de esquerda não aderiram aos protestos deste domingo e já organizam outros atos contra o governo. A direção do PT anunciou uma manifestação contra Bolsonaro para 2 de outubro.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, os manifestantes começaram a se concentrar nas imediações do Museu de Arte de São Paulo (Masp) às 11h, e se dispersaram por volta das 18h30.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou presença de última hora no ato e discursou brevemente aos presentes. Para Doria, o Brasil se transformou em um “país isolado politicamente” devido às investidas de Bolsonaro contra líderes da China, Argentina, Alemanha e Estados Unidos.
“Temos que resgatar um país que tenha seriedade”, opinou.
O governador também elogiou a decisão da executiva nacional do PSDB em classificar o partido como oposicionista ao governo federal.
“Não há como ser neutro diante de um governo negacionista e incompetente”, disse Doria.
O ex-ministro Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT em 2018, compareceu ao evento paulistano e discursou aos presentes sobre eventuais discordâncias entre membros da oposição a Bolsonaro.
“É claro que temos olhares diferentes sobre o futuro do Brasil, mas o que nos reúne, e é o que deve reunir toda a nação civicamente sadia, é a ameaça da morte da democracia e do poder da nação brasileira”, afirmou Gomes.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que deixou o governo nos primeiros meses da pandemia do coronavírus, voltou a criticar o presidente em relação às políticas de combate ao coronavírus em sua fala.
“Bolsonaro teve todos os poderes para coordenar a pandemia, deu maus exemplos e adiou o quanto pode a compra de vacinas porque tinha motivações obscuras”, disse o ex-ministro.
Em Brasília, o ato teve a participação de aproximadamente 100 pessoas, que se concentraram próximas à Biblioteca Nacional. O grupo carregava faixas de apoio ao impeachment e com cobranças para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), analisar um dos pedidos protocolados contra Bolsonaro.
No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram em Copacabana, na zona sul, ao lado de um carro de som a partir das 10h. No começo da tarde, porém, o ato já havia sido encerrado.
Em Salvador, Manaus e Belo Horizonte, as manifestações aconteceram a partir das 8h, mas também já estavam dispersas no começo da tarde.
As cidades de Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, São Luís e Vitória também registraram opositores do governo nas ruas.
- Fonte: CNN / O Poder.
- Foto: Divulgação.