domingo, setembro 29, 2024

Manaus – Webconferência discute os efeitos negativos dos padrões de masculinidade na saúde dos homens.

Como parte da programação do “Novembro Azul”, a Prefeitura de Manaus promoveu, nesta quarta-feira, 3/11, mais uma edição do “Diálogos na Atenção Primária de Saúde”, via plataforma Google Meet.

A webconferência teve a participação do psicólogo Fernando Pessoa de Albuquerque, técnico do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção Primária, do Ministério da Saúde (Dapes/Saps/MS), que explorou o tema “Novembro Azul: acesso dos homens à APS e as dificuldades relacionadas aos padrões de masculinidade”.

O psicólogo destacou que, no Brasil, os homens apresentam indicadores preocupantes, quando comparados aos das mulheres, no que se refere ao acesso à Atenção Primária.

Ao analisar esse cenário, ele apontou uma série de fatores de risco, aos quais os homens se expõem, para reforçar a masculinidade, que são responsáveis pela baixa procura aos serviços de saúde.

“Está enraizado que ser homem é beber muito, saber brigar, dirigir rápido, trabalhar até não aguentar mais, e esses padrões de comportamento interferem negativamente nas condições de saúde dos homens. Quando recorrem à rede de saúde, estão muito debilitados. São situações que podiam ter sido evitadas, que sobrecarregam e oneram a rede de saúde. Esse padrão de virilidade prejudica muito o acesso aos serviços de saúde, mas precisamos problematizar isso, tendo em vista que eles têm dificuldade de expor suas vulnerabilidades e fragilidades”, explicou.

Estratégias de aproximação.

Outro ponto abordado na webconferência foi o uso abusivo do álcool, responsável por criar condições de risco para parceiras e filhos e que resulta em prejuízos em todas as áreas.

Como forma de apoiar os homens que sofrem com o alcoolismo e abuso de outras substâncias químicas, Fernando sinalizou a necessidade de ampliar o desenvolvimento de práticas de promoção da saúde em campos de futebol, empresas e outros lugares da comunidade, para criar situações de aproximação e abordagem, segundo ele.

“Nosso serviço tem uma base comunitária e precisamos desenvolver ainda mais os cuidados, de modo a atender as necessidades da população com base nas estratégias de aproximação. Precisamos pensar em como devemos construir espaços de escuta, acolhimento, orientação e cuidado”, sintetizou.

Para a chefe do Núcleo da Saúde do Homem da Semsa, Maria Eliny Rocha, que mediou os debates, um dos principais desafios que a rede de saúde enfrenta, quanto ao estímulo ao autocuidado masculino, está relacionada também ao fato de os homens postergarem o cuidado com a saúde, resultante da construção de uma imagem de virilidade, que prejudica a saúde física e mental.

“De uma maneira geral o homem se vê como provedor da família e que não pode adoecer. Nosso papel é o de estimular a compreensão de que ele precisa se cuidar. Aos poucos, estamos conseguindo quebrar a resistência. Hoje, pela manhã, na abertura do ‘Novembro Azul’, na clínica da família Severiano Nunes, conseguimos que muitos tomassem a iniciativa de falar sobre si mesmos e expor seus medos. Já é um sinal de que o acolhimento ajuda muito, na sensibilização sobre o autocuidado”, relatou.

Aprimoramento

Encontro semanal criado para promover atualizações, que aprimorem a prática dos profissionais de saúde da Rede de Atenção Primária, as webconferências que fazem parte do Diálogos na APS, são um espaço promovido pela Semsa, para compartilhamento de experiências, troca de informações e atualização das equipes multidisciplinares, da rede de Atenção Primária à Saúde.

As reuniões acontecem sempre às quartas-feiras, à tarde, com a participação dos servidores, que têm o horário protegido, ou seja, podem se dedicar exclusivamente a essa atividade, que tem duração média de uma hora.


  • Fonte: Semcom / Semsa.
  • Foto: Divulgação.

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