segunda-feira, novembro 25, 2024

Brasil – O Plenário do Senado aprovou o projeto de Lei que institui o piso salarial para profissionais da enfermagem.

O Plenário do Senado aprovou durante a quarta-feira (24), na forma de um substitutivo, o projeto que institui o piso salarial nacional do enfermeiro, do técnico e do auxiliar de enfermagem e também da parteira (PL 2.564/2020).

A proposta é de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) e recebeu voto favorável da relatora, senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que apresentou o substitutivo aprovado em Plenário. Agora o texto será analisado pela Câmara dos Deputados.

O projeto inclui o piso salarial na Lei 7.498, de 1986, que regulamenta o exercício da enfermagem, estabelecendo um mínimo inicial para enfermeiros no valor de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente por serviços de saúde públicos e privados, para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais.

Em relação à remuneração mínima dos demais profissionais, o projeto fixa a seguinte gradação: 70% do piso nacional dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem e 50% do piso nacional dos enfermeiros para os auxiliares de enfermagem e as parteiras.

Homenagem

Ao defender o projeto, Contarato sustentou que sua aprovação seria a melhor homenagem possível a esses profissionais que, em meio ao maior desafio sanitário já enfrentado neste século, colocam suas vidas em risco para salvar vítimas da covid-19. Segundo o senador, “a fixação do piso salarial nacional a profissionais de enfermagem e das atividades auxiliares é um reparo imprescindível a ser feito”. Ele informou que no seu estado, o Espírito Santo, a remuneração média de enfermeiros é inferior a dois salários mínimos.

Ao reiterar que o projeto é uma forma de homenagem a esses profissionais, o senador observou que há cerca de 2,4 milhões de enfermeiros no Brasil. Ele destacou que 85% desses profissionais são mulheres e mais de 53% são pretos e pardos. E, ao cobrar mais valorização para os profissionais da enfermagem, lamentou a misoginia, a homofobia e o racismo institucional que ao longo dos anos marcou o posicionamento dos políticos no país.

Jornada e vigência

No texto original, Contarato sugeria que o piso salarial nacional seria elevado proporcionalmente ao número de horas excedentes que extrapolassem as 30 horas semanais. No substitutivo, Zenaide Maia retirou esse dispositivo. Em seu lugar, a relatora sugeriu a possibilidade de compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva.

Zenaide Maia, que é médica, mudou também a data de entrada em vigor da proposta. Contarato havia sugerido que o piso passasse a valer 180 dias após a publicação da nova lei. Já a relatora propôs que a futura lei entre em vigor no primeiro dia do exercício financeiro seguinte ao de sua publicação.

Portal Manaós

O Portal Manaós conversou também com o enfermeiro Elton Aleme, que é coordenador do Fórum de entidades de enfermagem do Amazonas.

Elton declarou após a decisão:

“O Senado acaba de aprovar o Piso Salarial da Enfermagem. É sim uma conquista histórica para nossa categoria. Infelizmente a Jornada de 30 horas ficou de fora e o valor ficou menor que o texto original que tanto defendemos.

Ainda assim, é uma conquista!

Agora nossa luta continuará na Câmara dos Deputados, para que não reduza ainda mais o valor e que seja garantida a Jornada de 30 Horas.

Continuaremos também nas ruas, nas redes sociais, visitando os Hospitais, Maternidades, UBS, SPA’s, UPA’s, Clínicas, Faculdades, Cursos Técnicos e onde houver um profissional de enfermagem para que nossa luta seja efetivada.

Obrigado a todos, todas e todes por essa vitória parcial, vamos avançando aos poucos!”


  • Fonte: Senado Federal.
  • Foto: Divulgação.

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