sexta-feira, novembro 22, 2024

Meio Ambiete – “Economia Verde” – Fonte de energia limpa e sustentável é alternativa para reduzir emissão de poluentes.

Uma alternativa para reduzir as cotas de emissão de poluentes no planeta Terra, a ‘Economia Verde’ é uma fonte limpa, sustentável e vital para a proteção da floresta e tem sido apontada por especialistas como uma área de potencial geração de emprego.

Segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse modelo econômico pode criar, até 2030, cerca de 18 milhões de postos de trabalho em todo o mundo, sendo até 1,2 milhão somente no Brasil.

Para a economista Denise Kassama, vice-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), a ‘Economia Verde’ é uma tendência mundial, sendo objeto de discussão das grandes nações. Ela destaca que esse modelo econômico busca o desenvolvimento por meio do uso sustentável dos recursos naturais e inclusão social, assim como conciliar a noção de produção de baixo carbono.

“Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente (Pnuma), [a Economia Verde] refere-se ao conjunto de ações que visam à promoção de uma economia com crescimento pleno, que se baseie no bem-estar social e esteja centrada em reduzir os riscos ambientais e conservar o meio natural. Portanto, a Economia Verde busca conciliar a noção de produção de baixo carbono, o uso eficiente e sustentável dos recursos naturais e a inclusão social”, comentou a economista.

Denise Kassama salienta que o Pnuma afirma que a Economia Verde precisa estar centrada em estimular a geração de empregos e a produção de renda para toda a população, ao mesmo tempo em que devem ser tomadas medidas para a redução dos gases do efeito estufa, a ampliação da eficiência energética (com o uso de fontes de energia alternativas e limpas) e o uso sustentável dos recursos naturais.

“Quando buscamos trocar a matriz energética para fontes não poluentes, como a energia eólica e a solar, reciclar mais o nosso lixo, consumir produtos da agricultura orgânica e familiar ao invés da convencional, estamos falando de economia verde. A próxima geração de veículos, por exemplo, será a de motores elétricos, substituindo a gasolina e o diesel, que são combustíveis fósseis, fonte de energia não renovável e poluente”, frisou Denise Kassma.

O ambientalista mestre em Ecologia Carlos Durigan, da Wildlife Conservation Society (WCS Brasil), explica que o conceito de economia verde foi consolidado, em 2012, na Conferência da Rio+20 da Organização das Nações Unidas (ONU), para o Meio Ambiente. No evento, entidade internacional apresentou o relatório ‘Rumo a uma economia verde’, onde ficou definido dez setores para investimentos prioritários, visando alcançar práticas mais sustentáveis, sem inibir o progresso econômico.

“Desde então, busca-se concentrar esforços em vários países para que mais e melhores investimentos sejam destinados a resolver problemas que enfrentamos na construção de um desenvolvimento humano construído em bases realmente sustentáveis. Construir uma economia verde significa investir esforços e recursos para melhorar nosso modo de viver e produzir, reduzindo os impactos causados por nossas atividades produtivas e restaurar a natureza castigada por danos que causamos”, salientou o ambientalista.

Segundo Durigan, já existem inúmeros esforços para que o segmento seja permanente, promovidos por governos, empresas e sociedade civil, mas ainda há resistência e falta de compromissos reais.

“O conceito de economia verde deveria ser um importante princípio em todos os setores produtivos, deixarmos de lado a ideia de crescimento econômico puro e simples e passarmos a planejar melhor nossas ações e frentes produtivas para conseguirmos reverter o cenário atual de crise climática e ambiental generalizada”, destacou.

Energia solar

Para o ambientalista, a diversificação das fontes de energia no Brasil é um dos caminhos que devem ser seguidos, mas que, apesar dos avanços, ainda é preciso de mais investimento para a ampliação do segmento, como na geração de energia fotovoltaica (que gera energia própria a partir da fonte solar), cuja quantidade de unidades consumidoras no País ultrapassou a marca de 1 milhão.

“A geração de energia fotovoltaica é um exemplo, a sua adoção em domicílios e empresas tem aumentado, mas ainda é uma alternativa cara na sua instalação, mesmo porque muitos de seus componentes são importados. O desenvolvimento da indústria de componentes e sistemas fotovoltaicos no País poderia gerar empregos e ainda baratear o custo de sua adoção pela população em geral”, estimou Carlos Durigan.

O mesmo avaliou a economista Denise Kassama. “Infelizmente, algumas tecnologias ainda são caras e inacessíveis para grande parte da população. A energia solar, que teria boa adaptação ao clima brasileiro, ainda é muito cara, assim como os veículos movidos a motor elétrico. É preciso que tais tecnologias se popularizem e sejam produzidas em escala para barateá-las”, ponderou a economista.

Para Denise, a Amazônia, foco da preocupação ambiental do mundo inteiro, ainda tem que buscar o seu ponto de equilíbrio, mesmo compreendendo uma das maiores biodiversidades de fauna e flora do planeta.

“No interior do Amazonas, ainda temos vários municípios onde o fornecimento de energia elétrica é feito por termoelétricas, que além de caro, é poluente. E, principalmente, o foco da ciência econômica, seja verde ou não, deve ser o desenvolvimento. E, até o momento, não vivemos esta realidade, onde muitos amazonenses ainda vivem abaixo da linha da pobreza. Então este é o grande desafio para os próximos dirigentes: buscar o desenvolvimento sustentável, com dignidade ao povo”, concluiu.


  • Fonte: Revista Cenarium.
  • Foto: Divulgação.

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