Os preços altíssimos dos fertilizantes levam agricultores em todo o mundo a reduzir o uso do insumo e a área plantada, consequências do conflito Ucrânia-Rússia que alertam sobre riscos de escassez de alimentos, segundo especialistas do setor agrícola.
As sanções ocidentais contra a Rússia, grande exportadora de potássio, amônia, ureia e outros nutrientes do solo, interromperam os embarques desses importantes insumos para todo o mundo. O fertilizante é fundamental para manter os rendimentos elevados de milho, soja, arroz e trigo. Os produtores estão buscando se ajustar.
O ponto central pode ser visto no Brasil, potência agrícola onde alguns agricultores estão aplicando menos fertilizantes em seu milho, e alguns parlamentares estão pressionando para abrir terras indígenas protegidas para a mineração de potássio.
Brasil em risco
O Brasil, maior exportador de soja do mundo, depende muito de fertilizantes importados, como potássio, que respondeu por 38% dos nutrientes utilizados no ano passado. Rússia e Belarus foram a fonte de metade desses carregamentos.
Antes do conflito Ucrânia-Rússia, os agricultores brasileiros já estavam reduzindo as plantações de milho devido ao aumento dos preços dos fertilizantes. O cultivo de soja provavelmente também será impactado, com os produtores expandindo mais lentamente do que em anos anteriores, de acordo com a Agroconsult.
Enquanto isso, parlamentares de Estados agrícolas brasileiros estão pressionando por uma legislação que abra terras indígenas na Amazônia à mineração de potássio. Essa medida é contestada por membros da comunidade local Mura, que dizem que a mineração roubaria o habitat natural do qual eles dependem.
*Com informações da CNN
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