O setor agrícola no Mato Grosso poderá perder US$ 2,7 bilhões ao ano — o equivalente a R$ 12, milhões — caso o Projeto de Lei (PL) 337/2022, de autoria do deputado federal Juarez Costa (MDB-MT), que visa retirar o Estado da Amazônia Legal, seja aprovado. Isso porque a aprovação da matéria legislativa implicaria em mais desmatamento e, consequentemente, prejuízos às safras devido ao desequilíbrio ambiental.
O dado consta na análise do Observatório do Código Florestal, baseado em cálculos do Comitê Técnico do Observatório do Código Florestal e em Nota Técnica formulada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O documento indica que o Estado também ficará suscetível a perder, no mínimo, 10 milhões de hectares (MHa), e reduzir “em torno de 3,3 hectares a área que teria que ser restaurada por ter sido desmatada ilegalmente”.
Entre os argumentos de Costa está a necessidade de expandir o potencial agrícola no Estado, que estaria sendo “impedido” pelo porcentual de áreas que devem ser preservadas obrigatoriamente, mas a análise aponta divergências na justificativa do autor da matéria legislativa.
A pesquisa lembra que o que torna possível a produtividade agrícola no Estado, onde “é possível colher até duas safras de grãos”, é que justamente ainda há floresta preservada o suficiente para garantir as chuvas que permitem essas duas safras. “O aumento do desmatamento permitido por esse projeto iria justamente afetar a oferta desse serviço ambiental, diminuindo os volumes e alterando a regularidade das chuvas na região”, cita um trecho.
*Com informações da Agencia Cenarium
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