O presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Genilson Costa (Solidariedade), usou a tribuna da sessão ordinária do último dia 20 de abril, para confirmar que o governador Antonio Denarium (PP) interferiu na análise dos projetos enviados pelo prefeito Arthur Henrique (MDB) de Boa Vista à Casa Legislativa.
Na ocasião, o parlamentar desabafou: “Politicamente sou governador Denarium. Mas não adianta o governador me ligar, [pedindo] para eu prejudicar uma categoria porque o projeto é do Executivo, que eu não vou atendê-lo”, disse o vereador durante a 10ª Sessão da Câmara de Vereadores de Boa Vista.
O projeto em questão, citado por Genilson, beneficiaria os cuidadores da rede municipal de ensino. Com a aprovação, os servidores teriam a carga horária reduzida para 30h. O vereador ressaltou que o pedido do governador de Roraima prejudica a categoria e que sua fala era um ‘desabafo’.
“Vocês não sabem o que acontece dentro do parlamento. E não posso falar aqui até por questão de ética. Mas chega o momento que a gente tem que desabafar”, comentou o presidente da Câmara.
‘Fake news’
Aparentemente, o vereador Genilson Costa voltou atrás em suas declarações e postou em suas redes sociais, nessa quarta-feira, 27/4, uma semana depois de seu pronunciamento, que a matéria publicada pela imprensa se tratava de uma ‘fake news’.
Interferência
Em março deste ano, o Portal Roraima em Tempo denunciou a interferência de Antonio Denarium na Câmara de Boa Vista.
Conforme a denúncia, o chefe do Executivo Estadual teria convocado três vereadores aliados para enviarem uma solicitação ao presidente da Casa, Genilson Costa, pedindo que ele retirasse de pauta os projetos enviados pelo prefeito Arthur Henrique (MDB), incluindo a proposta que beneficiaria servidores da Educação municipal, da qual permite que os cuidadores passem a cumprir 30 horas semanais ao invés das 40 horas atuais.
Ainda de acordo com a publicação, o pedido de Denarium foi prontamente atendido. No dia último 16, o vereador Genilson Costa não abriu a sessão sob a alegação de que o painel da Casa havia apresentado problemas técnicos e que, portanto, não teria como realizar as votações. Essa já era a terceira vez que os projetos não entravam em votação.
- Fonte: O Convergente
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