A Terra Indígena Vale do Javari, onde o jornalista britânico Dom Phillips e o servidor da Funai Bruno Araújo Pereira estiveram antes de desaparecerem no domingo (05/06), sofre há anos com ataques armados a postos de controle da Funai e invasões de caçadores ilegais.
Phillips e Pereira passaram alguns dias na região, onde Phillips entrevistou indígenas sobre as invasões ao território. Eles desapareceram quando estavam fora da terra indígena e voltavam de barco pelo rio Itaquaí até a cidade de Atalaia do Norte (AM).
Indígenas dizem que a dupla sofreu ameaças durante os trabalhos. Autoridades federais afirmaram que vão realizar buscas na região.
A Terra Indígena Vale do Javari, que abriga o maior número de etnias em isolamento voluntário no Brasil, vive há vários anos um conflito entre caçadores ilegais e indígenas.
Entre novembro de 2018 e setembro de 2019, um posto da Funai que busca controlar o acesso ao território foi alvo de oito ataques armados.
As agressões são atribuídas a pescadores e caçadores ilegais, que teriam alvejado o posto após terem entrado no território indígena sem autorização.
Na época, a BBC entrevistou servidores e colaboradores locais da Funai, que ameaçaram paralisar os trabalhos por falta de segurança e cobraram órgãos federais a agir.
A base atacada é principal porta de entrada para o Vale do Javari, área procurada pelos caçadores ilegais por causa de sua rica fauna.
Na época, servidores e colaboradores da Funai enviaram ofícios à entidade pedindo o apoio permanente da Polícia Federal, do Exército ou Força Nacional para manter as atividades.
Também em 2019, um pescador foi baleado próximo de uma das aldeias do povo Korubo, dentro da terra indígena. O revide veio duas semanas depois, quando dois adolescentes dessa etnia foram atacados por pescadores.
*Com informações do G1
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