De acordo com estudo publicado nesta quarta-feira, 21/9, “Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil”, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Amazonas possui mais de 227 mil Pessoas com Deficiência (PCD), com idade para trabalhar, mas apenas 18,3% estão trabalhando de maneira formal.
Os números mostram, ainda, que no Amazonas, 14 mil PCD’s possuíam alguma ocupação trabalhista. Segundo o supervisor de disseminação de informações do IBGE, Adjalma Nogueira, os dados apontam as possíveis barreiras para melhoria das condições de vida dessa população.
“Os dados mostram que há uma discrepância entre a participação dos PCD’s no mercado de trabalho e sua formalização, indicando que os trabalhadores desse grupo estão com um alto índice de informalidade. Mais da metade das pessoas com deficiência eram sem instrução ou tinham apenas o ensino fundamental incompleto”.
Entre as 232 mil pessoas de 10 anos ou mais, com alguma deficiência, no Amazonas, 24,8% eram analfabetas. Os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 também mostraram que 60,3% do total de pessoas com deficiência, no Estado, estava com ensino fundamental incompleto. Apenas 3,9% de público tem nível superior completo no Amazonas. Já o analfabetismo alcançava 37,4%, considerando somente idosos de 60 anos ou mais com alguma deficiência.
População com deficiência
Em 2019, no Amazonas, 238 mil pessoas com dois anos ou mais de idade (6,2%) tinham alguma das deficiências investigadas na pesquisa. Em uma comparação com as demais unidades federativas, o Amazonas aparece como o quarto menor percentual de pessoas com deficiência.
Dentre as pessoas com alguma deficiência no Estado, 59,1% eram mulheres e 40,9% homens. Quanto a cor ou raça, 78,8% eram pretas ou pardas e 17,6% eram brancas. Por faixa etária, a população de 60 anos ou mais representava 39,0% das pessoas com deficiência no Amazonas (93 mil pessoas); a população de 40 a 59 anos, 30,5% (73 mil pessoas); a população de 30 a 39 anos, 9,6% (23 mil pessoas), a de 18 a 29 anos, 11,8% (28 mil); de 10 a 17 anos, 6,6% (16 mil) e de 2 a 9 anos, 2,5% (6 mil pessoas).
Sobre a pesquisa
A principal fonte de dados utilizada neste estudo é a PNS 2019, que contempla a investigação mais recente sobre o tema, na qual a condição de deficiência foi pesquisada para as pessoas de dois anos ou mais, por meio de quesitos que identificam a existência de dificuldades no uso das funções visual, auditiva, motora de membros superiores/inferiores, e/ou mental.
Seguindo as orientações internacionais referendadas pelo Grupo de Washington para Estatísticas sobre Pessoas com Deficiência (Washington Group on Disability Statistics – WG) foram classificadas como pessoa com deficiência todas aquelas que responderam “ter muita dificuldade” ou “não conseguir de modo algum” realizar as atividades perguntadas em, ao menos, um dos quesitos investigados.
Além da caracterização sociodemográfica desse contingente populacional foram abordadas as seguintes dimensões sociais: trabalho, educação, saúde, participação e gestão, rendimento e moradia.
- Fonte: Cenarium
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