Em entrevista à ONU News, a relatora especial da ONU para direito à liberdade de opinião e expressão, Irene Khan falou sobre os perigos da desinformação e da propagação de discursos de ódio em tempos de guerra.
A relatora comentou as denúncias de censura à imprensa e manipulação de informação em território russo e como esta situação incentiva a aplicação do mesmo método em outras regiões do mundo.
Khan também falou sobre o papel que as diferentes plataformas de redes sociais desempenham na moderação de comentários e publicações que possam incitar o ódio. Para ela, Meta, Twitter, Google e outras empresas devem se pautar pelo princípio do respeito aos direitos humanos em suas atividades e não apenas pelas próprias políticas da empresa.
A relatora especial* da ONU para direito à liberdade de opinião e expressão, Irene Khan, disse que o bloqueio de informações dentro da Rússia eliminou qualquer notícia independente, e isso pode incentivar outros agressores ao redor do mundo.
Ela ressalta que propaganda e desinformação não são novidade na guerra, mas a tecnologia digital e as redes sociais estão alimentando o conflito como nunca, criando uma situação “extremamente perigosa” na Ucrânia e em outras zonas de guerra, especialmente para civis.
Em entrevista à ONU News, Khan alertou para o perigo do discurso de ódio, propaganda e desinformação direcionada à população civil numa guerra quando a “informação é de grande valor”.
Sobre o conflito na Ucrânia, ela destacou a negação do acesso à informação e sua manipulação, ressaltando que a mídia independente foi “completamente destruída de várias maneiras na Rússia”, e que isso nunca havia acontecido.
Restrições – A relatora questionou as restrições impostas pela Rússia, dizendo que “é completamente imprudente criminalizar notícias que não vêm de fontes governamentais”. Para ela, isso vai muito além de qualquer tipo de restrição necessária em tempos de guerra.
Khan reforçou que os direitos humanos internacionais e o direito humanitário têm uma base sólida, e reconhecem que em situações de guerra existem questões de segurança, mas as restrições impostas devem ser razoáveis, necessárias e legais.
Redes sociais – A relatora também falou sobre o papel que as diferentes plataformas de redes sociais desempenham na moderação de comentários e publicações que possam incitar o ódio. Para ela, Meta, Twitter, Google e outras empresas devem se pautar pelo princípio do respeito aos direitos humanos em suas atividades e não apenas pelas próprias políticas da empresa.
Propaganda – A especialista ainda afirmou que a propaganda para promover guerras ou agressões é proibida pelo direito internacional e ressaltou que discurso de ódio é uma forma de incentivar ações que levam à discriminação, hostilidade, violência contra outros com base em raça, religião, nacionalidade ou gênero.
- Fonte: ONU
- Foto: Divulgação