A alotriofagia é uma síndrome caracterizada pela vontade incontrolável de comer coisas que não são comestíveis (e tampouco usuais). O transtorno, mais conhecido como síndrome de pica, faz com que pacientes desejem as mais diferentes coisas, como tijolo, papel, cinza de cigarro, algodão, barro, fezes, unha, cola, prego, entre outros.
Quem pode apresentar a síndrome?
A síndrome de pica ocorre com mais frequência em mulheres grávidas, crianças e em pessoas com incapacidade intelectual, autismo ou esquizofrenia. A síndrome de pica não é diagnosticada em crianças com menos de dois anos de idade. Crianças pequenas que são saudáveis costumam comer itens que não são alimentos.
Algumas pessoas comem produtos não alimentares como parte de sua tradição cultural ou religiosa. Essas pessoas não são diagnosticadas com síndrome de pica.
Como o médico sabe que a pessoa tem a síndrome?
Se a pessoa tiver comido itens que não são alimentos por um mês ou mais, é possível que o médico a diagnostique com síndrome de pica.
Os médicos podem fazer:
Exames de sangue para verificar se há envenenamento por chumbo e infeções, Radiografias para detectar obstrução intestinal
De que maneira o médico trata a síndrome de pica?
É possível que o médico sugira terapia para modificar o comportamento da pessoa de comer coisas que não são alimentos. Talvez seja necessário fazer cirurgia se a pessoa apresentar obstrução intestinal. O médico trata eventuais complicações ou problemas nutricionais causados pela ingestão de itens não alimentares.
Curiosidade
Mas por que tem esse nome? O transtorno também ganhou o nome de síndrome de pica devido a uma espécie de pássaro conhecida como P. Pica. Este pássaro, também chamado de pega-rabuda, se alimenta de quase tudo o que vê pela frente.
Mais comum na infância
A alotriofagia acomete, principalmente, crianças de 1 a 6 anos. O transtorno ocorre em 25% a 33% das crianças pequenas e em 20% das crianças atendidas em clínicas de saúde mental. A tendência é que o distúrbio desapareça conforme a criança cresce.
É normal que crianças de até dois anos coloquem coisas na boca, portanto, o comportamento geralmente não é considerado um transtorno até essa idade.
Por: Kalinka Vallença
Ilustração: Marcus Reis