O submarino turístico está desaparecido desde domingo (18), com cinco pessoas a bordo
Equipes de resgate estão em uma corrida contra o tempo para encontrar um submarino turístico que tinha como objetivo visitar os destroços do Titanic, mas que está desaparecido desde domingo (18), com cinco pessoas a bordo.
Dois meios de comunicação dos EUA noticiaram um memorando interno vazado enviado ao Departamento de Segurança Interna dos EUA que diz que uma aeronave canadense detectou “sons de batidas” subaquáticas em intervalos de 30 minutos vindos da área de busca.
“O P8 [aeronave canadense] ouviu sons de batidas na área a cada 30 minutos. Quatro horas depois, um sonar adicional foi implantado e batidas ainda eram ouvidas”, noticiou a revista Rolling Stone. A CNN também relatou uma atualização interna enviada na noite de terça-feira, sugerindo que mais sons foram captados. “Retorno acústico adicional foi ouvido e ajudará na vetorização de ativos de superfície e também indicando esperança contínua de sobreviventes”, disse o segundo memorando, de acordo com reportagem da CNN.
Entenda onde as buscas estão sendo feitas
A tripulação do submarino Titan perdeu contato com seu navio de base na superfície, o Polar Prince, uma hora e 45 minutos depois de iniciar a descida em direção aos destroços do Titanic, no domingo (18).
Na terça-feira (20), às 13h na costa leste dos EUA (14h em Brasília), a Guarda Costeira dos Estados Unidos estimou que restavam cerca de 40 horas de suprimento de oxigênio no submarino. Ou seja, haveria suprimento até aproximadamente 6h da manhã de quinta-feira (22) no horário de Brasília.
Os destroços do Titanic estão a cerca de 700 km ao sul da cidade de St John’s, no Canadá, embora a missão de resgate esteja sendo executada a partir de Boston, nos Estados Unidos.
Agências, militares e empresas dos Estados Unidos e do Canadá que atuam em águas profundas estão ajudando na operação de resgate, usando aviões militares, um submarino e sonoboias. Além disso, o Polar Prince está recebendo na área o apoio do navio para lançamento de cabos Deep Energy, enquanto o navio de abastecimento Atlantic Merlin está a caminho.
O capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos EUA, afirmou que equipes dos EUA e do Canadá “estão trabalhando sem parar” durante as “complexas ações de busca”.
O professor Alistair Greig, especialista em submarinos da University College London, diz que um dos grandes problemas é que os socorristas não sabem se devem procurar na superfície ou no fundo do mar — é “muito improvável” o submarino estar no meio do caminho, diz, acrescentando que cada um desses pontos (superfície ou fundo do mar) traz seus próprios desafios.
Seria possível um resgate?
Se as equipes não conseguirem localizar ou levar o submarino à superfície, será necessário obter uma consultoria ainda mais especializada da Marinha dos EUA e do setor privado, segundo o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA John Mauger.
De acordo com a operadora OceanGate, o Titan é um dos cinco submersíveis tripulados do mundo capazes de alcançar o Titanic, que fica a 3.800 metros de profundidade. Se o Titan estiver no fundo do mar e não conseguir retornar por conta própria, as opções são muito limitadas, de acordo com Greig.
“Embora o submarino ainda possa estar intacto, se ele estiver mais fundo do que 200 m, há pouquíssimas embarcações que podem chegar tão fundo. Certame nte mergulhadores não podem. Os veículos da Marinha projetados para o resgate de submarinos tampouco podem descer para um ponto na profundidade do Titanic.”
Qualquer tentativa de vasculhar o fundo do oceano nessa área provavelmente seria realizada por um veículo não tripulado operado remotamente (ROV). O navio Deep Energy, que chegou ao local na terça-feira, colocou em ação pelo menos um ROV, mas não está claro se ele consegue atingir as profundidades necessárias. Outras embarcações equipadas com ROV estão a caminho.
A Marinha dos EUA tem um ROV que pode operar nessa profundidade e o usou para recuperar um caça a jato acidentado em uma profundidade de 3.780 m no Mar da China Meridional, no ano passado.
O especialista em resgates no oceano, David Mearns, diz que, se um ROV puder localizar o Titan, conseguirá recuperá-lo. “Um ROV de alto nível com controles duplos pode realmente agarrar [o Titan] ou conectar uma corda de elevação e puxá-lo lentamente para a superfície”, acrescenta Mearns.
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- Por July Barbosa com informações CNN.
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