sexta-feira, novembro 22, 2024

Pré-indicado ao Oscar, diretor brasileiro defende políticas para o cinema nacional: “precisa ser regulado de alguma maneira”

Kléber Mendonça Filho defende renovação da cota de tela no cinema nacional

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou, na terça-feira (12/9), o filme escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2024: Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho.

A obra, que vem tendo sucesso nos festivais de cinema, está em cartaz desde agosto, mas, apesar dos atributos que o classificaram a potencial representante do Brasil na premiação, Retratos Fantasmas está longe de gerar barulho como Barbie, Openheimer, Super Mario Bros e Besouro Azul, por exemplo.

Em entrevista ao Metrópoles, Kléber Mendonça Filho atribuiu esse desempenho tímido da produção nacional à ausência de políticas públicas para o setor, principalmente, nos últimos anos.

O cineasta fala da cota de tela, mecanismo de proteção do produto cinematográfico nacional, que foi adotada em 1937 no Brasil e esteve em vigor durante mais de oito décadas, deixando de ser renovada e aplicada a partir de 2019, no primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL/RJ).

“Eu obviamente não sou contra o cinema hollywoodiano, mas eu não entendo como é possível que num multiplex de 12 salas, 11 estarem recebendo o mesmo filme. Isso não existe, precisa ser regulado de alguma maneira. Não faz sentido do ponto de vista de cultura, do jeito que está, sem a cota de tela”, defendeu Mendonça.

Sem cota de tela, o cinema nacional sofreu queda expressiva no mercado de salas de cinema: de aproximadamente 12% da bilheteria nas últimas duas décadas para o patamar de 4,2% em 2022 e 0,9% ao longo do corrente ano. Não à toa, desde 2019, ano de estreia de Minha Mãe é Uma Peça 3, um filme nacional não figura entre as 20 maiores bilheterias do país.

Cota de tela

O Projeto de Lei nº 3696/2023, do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), previa a renovação da cota de tela no cinema e na TV por assinatura até 2043.

A proposta, no entanto, sofreu uma alteração significativa ao passar pela Comissão de Educação e Cultura, no final do mês passado, com o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), com uma alteração significativa: a retirada das salas de cinema do projeto antes de ser debatido na Comissão de Comunicação e Direito Digital e ser encaminhado para a Câmara dos Deputados.


  • Com informações Metrópoles
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Foto: Divulgação

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