sexta-feira, novembro 22, 2024

Após mais de 24 horas com fumaça, qualidade do ar em Manaus se mantém em nível “perigoso” nesta quinta-feira

O painel de monitoramento, atualizado em tempo real, classifica a medição em seis categorias: bom, moderado, não saudável para grupos sensíveis, pouco saudável, muito insalubre e perigoso

Um dia após Manaus ter sido a cidade considerada um dos piores lugares do mundo para se respirar, a fumaça e o mau cheiro das queimadas se mantiveram por toda cidade.

De acordo com dados do AQICN, que mede a qualidade do ar de vários países, a capital amanheceu com a qualidade do ar classificada em pontos da cidade em nível “perigoso”, ou seja, tende a estar pior do que a do dia anterior, é recomendado uso de máscara N95.

A plataforma de Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) classifica o ar esta manhã em Manaus como “péssimo”.

Ibama

A “onda de fumaça” que encobre Manaus está vindo dos municípios do Careiro e Autazes e é causada por agropecuaristas. A informação é do Superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, e foi dada nesta quarta-feira (11).

Queimadas no AM

O Amazonas decretou, no dia 12 de setembro, situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou 3.925 focos de queimadas nos primeiros dez dias de setembro.

A Situação de Emergência Ambiental abrange áreas dos municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués, no sul do estado; e Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e a própria capital, na Região Metropolitana de Manaus.

Problemas de saúde

Atualmente, a poluição do ar é considerada uma das maiores ameaças à saúde humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial respira ar abaixo de níveis seguros.

O crescimento dos incêndios florestais agrava os índices de poluição do ar. O monóxido de carbono (CO), partículas de fuligem e elementos tóxicos presentes na fumaça geram uma série de efeitos no corpo humano.

Alguns dos problemas decorrentes da inalação de fumaça e fuligem são tosse, falta de ar, aumento de doenças respiratórias, inflamação, diminuição da função pulmonar, aumento da admissão hospitalar e mortalidade, principalmente, em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, piora dos ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer, entre outros.

Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas são considerados os mais vulneráveis às complicações causadas pela fumaça.

As pessoas que moram próximas às áreas queimadas são as mais suscetíveis a sofrerem com as consequências para a saúde. Entretanto, a fumaça pode viajar milhares de quilômetros e atingir outras cidades, estados e até países.


  • Por July Barbosa
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Fotos: Redes sociais

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