Manaus amanhece novamente encoberta por fumaça de queimadas nesta quinta-feira, 2/11. O cheiro e a “neblina” voltaram a incomodar a população em vários pontos da capital.
De acordo com a plataforma de Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), o ar, nesta manhã, está classificado como “muito ruim”.
IBAMA
INFORME IBAMA PREVFOGO CRISE CLIMÁTICA AMAZONAS 31/10/2023
A respeito da fumaça que recobre a cidade de Manaus, viemos informar que:
As chuvas diminuíram na região metropolitana, o que favoreceu o reaparecimento de focos de fogo, queimadas e incêndios florestais.
Outros estados como Pará, Amapá e Mato Grosso, outros do Nordeste como Maranhão e Piauí, continuam com grande número de focos.
Diversas modelagens climáticas mostram que a fumaça dessas regiões está sendo carregada para o Amazonas.
Tais fatos têm gerado a volta e a intensificação da fumaça na cidade de Manaus.
O IBAMA/PREVFOGO continua atuando nos municípios de Careiro Castanho, Manaquiri, Autazes e Careiro da Várzea com o efetivo de 116 brigadistas em 06 setores de combate: Sede Careiro Castanho, Araçá, Novo Céu, Autazes, Manaquiri e Careiro da Várzea.
Recomendamos aos produtores rurais que tenham o máximo de cuidado com o uso do fogo que deve ser utilizado apenas com a autorização do órgão estadual de meio ambiente.
Na semana de 6 a 10 de novembro, o IBAMA realizará curso de formação de brigadistas municipais em parceria com as prefeituras, visando ao Manejo Integrado do Fogo e ao combate direto de forma autônoma.
A Prefeitura de Manaus já havia emitido uma nota na segunda-feira (30/10):
A fumaça que voltou a encobrir a capital amazonense, nesta segunda-feira, 30/10, tem origem nos municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM), de acordo com dados do programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e que foram levantados pela Prefeitura de Manaus, via Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).
De acordo com dados, foram registrados 243 focos de queimadas em todo o Amazonas. Os municípios da RMM que mais tiveram registros de queimadas foram: Presidente Figueiredo (17), Autazes (14), Careiro da Várzea (13), Careiro (12), Itacoatiara (10) e Rio Preto da Eva (2). Esse levantamento foi feito baseado nos dados colhidos neste domingo e segunda-feira, 29 e 30/10, até as 17h30.
A capital amazonense, desde sexta-feira, 27/10, segundo dados do Inpe, não registra nenhum foco de queimada.
Ações
A Prefeitura de Manaus realiza, desde junho, a campanha Manaus Sem Fumaça. São ações de educação ambiental, blitze ambientais (nas saídas da cidade), além de sensibilização nas escolas (públicas e privadas) e empresas do polo industrial.
Todos os dias, a Semmas tem feito um trabalho de rega, nos principais canteiros da cidade e nos parques administrados pelo órgão. Além disso, toda quarta-feira, as equipes de arborização e de educação ambiental estão em uma zona da cidade fazendo a campanha Manaus Sem Fumaça, distribuindo informativos e orientando a população.
Pelo menos 25 mil pessoas já foram alcançadas por essas iniciativas, fora as campanhas publicitárias nos veículos de comunicação e nos meios tradicionais como jornais, outdoors, mobiliário urbano, entre outros. Além disso, tem o combate às ocupações irregulares que a Semmas realiza em parceria com as forças de segurança do Estado.
E para combater as queimadas na Região Metropolitana, a Semmas, em parceria com a Associação Amazonense de Municípios (AAM), criou o Comitê Permanente de Gestão Ambiental da Região Metropolitana de Manaus, que tem o objetivo de unir esforços e debater estratégias para atuar contra as queimadas.
Queimadas no AM
O Amazonas decretou, no dia 12 de setembro, situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou 3.925 focos de queimadas nos primeiros dez dias de setembro.
A Situação de Emergência Ambiental abrange áreas dos municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués, no sul do estado; e Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e da própria capital, na Região Metropolitana de Manaus.
Problemas de saúde
Atualmente, a poluição do ar é considerada uma das maiores ameaças à saúde humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial respira ar abaixo de níveis seguros.
O crescimento dos incêndios florestais agrava os índices de poluição do ar. O monóxido de carbono (CO), partículas de fuligem e elementos tóxicos presentes na fumaça geram uma série de efeitos no corpo humano.
Alguns dos problemas decorrentes da inalação de fumaça e fuligem são tosse, falta de ar, aumento de doenças respiratórias, inflamação, diminuição da função pulmonar, aumento da admissão hospitalar e mortalidade, principalmente, em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, piora dos ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer, entre outros.
Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas são considerados os grupos mais vulneráveis às complicações causadas pela fumaça.
As pessoas que moram próximo às áreas de queimadas são as mais suscetíveis a sofrerem com as consequências para a saúde. Entretanto, a fumaça pode viajar milhares de quilômetros e atingir outras cidades, estados e até países.
Leia mais: Encoberta por fumaça, Manaus tem nível do ar “péssimo” nesta terça (31/10)
- Por July Barbosa
- Revisão textual: Vanessa Santos
- Foto: Rede social