sexta-feira, novembro 22, 2024

Manaus segue encoberta por fumaça nesta segunda (6/11), com qualidade do ar em nível “muito ruim”

De acordo com a plataforma de Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), o ar, nesta manhã, está classificado como “muito ruim”

Manaus inicia mais uma semana encoberta por fumaça. O cheiro e a “neblina” não dissipam e incomodam a população em vários pontos da capital.

De acordo com a plataforma de Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), o ar, nesta manhã, está classificado como “muito ruim”. Em alguns pontos, o nível “péssimo” se mantém.

No sábado, 4/11, segundo dados do AQICN, que mede a qualidade do ar de vários países, a capital amanheceu com a qualidade do ar classificada, em pontos da cidade, em nível “perigoso”, ou seja, tendendo a estar pior do que a do dia anterior, e foi recomendado o uso de máscara N95.

Ibama

Os brigadistas do Ibama e do ICMBio estão trabalhando dia e noite para conter os incêndios florestais que atingem o Norte do Brasil, principalmente, no Amazonas e no Pará.

Equipes do Prevfogo estão no Amazonas desde o final de setembro atuando na região metropolitana de Manaus e no sul do estado. Já no Pará, desde o dia 5 de outubro, os especialistas em incêndios florestais estão na Resex Tapajós Arapiuns e outras regiões do estado.

Aproximadamente, 300 brigadistas atuam no combate aos incêndios que atingem o Amazonas e o Pará.

Equipamentos, veículos, drones e helicópteros fazem o monitoramento e a localização dos focos de incêndios em meio à floresta.

As mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e a seca, influenciadas pelo fenômeno El Niño, estão contribuindo para o crescente número de incêndios florestais na região. O resultado do desmatamento dos últimos anos nas regiões também contribui para o avanço das chamas.

Diante das mudanças climáticas e das consequências do desmatamento, o Ibama investiu na contratação de brigadistas.

Atualmente, 2.100 especialistas em incêndios florestais compõem a brigada do Ibama, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

Queimadas no AM

O Amazonas decretou, no dia 12 de setembro, situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou 3.925 focos de queimadas nos primeiros dez dias de setembro.

A Situação de Emergência Ambiental abrange áreas dos municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués, no sul do estado; e Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e da própria capital, na Região Metropolitana de Manaus.

Problemas de saúde

Atualmente, a poluição do ar é considerada uma das maiores ameaças à saúde humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial respira ar abaixo de níveis seguros.

O crescimento dos incêndios florestais agrava os índices de poluição do ar. O monóxido de carbono (CO), partículas de fuligem e elementos tóxicos presentes na fumaça geram uma série de efeitos no corpo humano.

Alguns dos problemas decorrentes da inalação de fumaça e fuligem são tosse, falta de ar, aumento de doenças respiratórias, inflamação, diminuição da função pulmonar, aumento da admissão hospitalar e mortalidade, principalmente, em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, piora dos ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer, entre outros.

Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas são considerados os grupos mais vulneráveis às complicações causadas pela fumaça.

As pessoas que moram próximo às áreas de queimadas são as mais suscetíveis a sofrerem com as consequências para a saúde. Entretanto, a fumaça pode viajar milhares de quilômetros e atingir outras cidades, estados e até países.


  • Por July Barbosa
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Foto: Rede social

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