sexta-feira, novembro 22, 2024

Organização criminosa envolvendo famosos da música já movimentou R$ 250 milhões com garimpo em terra indígena, aponta PF

A operação Disco de Ouro, da Polícia Federal, tem como objetivo desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (4) a operação Disco de Ouro, com objetivo de desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. São cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos (SP), Santarém/PA, Uberlândia/MG e Itapema/SC. Também foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos.

A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Indígena Yanomami que se encontravam depositadas na sede de uma empresa investigada e estariam sendo preparadas para remessa ao exterior.

De acordo com a reportagem do Metrópoles, a organização contava com o envolvimento de de garimpeiros, Matheus Possebon, um famoso empresário do ramo musical, e até mesmo do cantor Alexandre Pires, que teria recebido ao menos um milhão de reais de uma mineradora investigada. A suspeita é que, juntos, eles tenham movimentado R$ 250 milhões. Até o momento, eles não se pronunciaram sobre o assunto.

O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da TIY, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, e supostamente transportado para Roraima para tratamento. As investigações apontam que tal dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima.

Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.

*Com informações da PF e do Metrópoles

Leia mais: Compilado sobre afundamento causado por minas da Braskem é preparado pelo MPF

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