A batata-doce, além de ser uma ótima escolha para uma alimentação saborosa e saudável, é um alimento muito versátil, já que pode ser consumida assada, cozida, frita, em puré ou em outras utilizações. É usada como acompanhamento em pratos de carne ou peixe (cozida ou assada) e como sobremesa (base de recheio de doces e pastéis).
A nível mundial, a cultura da batata-doce tem grande expressão e importância alimentar, com uma produção estimada, em 2020, de cerca de 90 milhões de toneladas.
A batata-doce, originária da América Central e do Sul, É uma cultura de climas temperados, que constitui, desde há milénios, parte da dieta alimentar dos seres humanos, havendo vestígios desta planta em cavernas peruanas que remontam há 10000 anos.
Os 10 maiores países produtores mundiais são: China, Malawi, Nigéria, Tanzânia, Uganda, Indonésia, Etiópia, Angola, Estados Unidos da América e, por último, o Vietnã.
A cultura da batata-doce tem despertado um interesse renovado em projetos de segurança alimentar e adaptação às alterações climáticas. Para as comunidades insulares do Pacífico, expostas a eventos climáticos extremos, a batata-doce, sendo uma cultura resiliente e de rápido crescimento, garante que as pessoas tenham acesso a alimento antes, durante e depois de desastres causados por alterações climáticas.
Para além deste aspeto, em termos de segurança alimentar, refiram-se os projetos que o Centro Internacional da Batata (CIP) e instituições parceiras têm vindo a desenvolver, em África e na Ásia. Estes projetos visam obter novas variedades de batata-doce de polpa alaranjada, biofortificadas, ricas em pró-vitamina A, através de melhoramento convencional.
Em 2016, cientistas do CIP receberam o Prémio Mundial da Alimentação como reconhecimento do seu papel no uso de culturas biofortificadas, para melhorar os resultados nutricionais em populações com graves problemas de deficiência de vitamina.
Composição nutricional da batata-doce e seus benefícios
A raiz da batata-doce é um alimento com um valor energético considerável, cerca 120 kcal/100 g. Possui como principal macronutriente, os hidratos de carbono (28 g/100 g), dos quais cerca de 30% são açúcares e o resto amido. Está praticamente isenta de gorduras e a percentagem de colesterol é nula.
Apesar de ser um alimento pobre em proteínas (1–3 g/100 g), é muito rica em fibra alimentar (2,7 g/100 g). A sua riqueza em fibra contribui para minimizar a absorção de colesterol a nível do intestino, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares. Além disso, estimula o funcionamento do trânsito intestinal.
Quanto ao seu conteúdo em minerais, pode destacar-se o potássio em maior proporção, pelo que o consumo de batata-doce ajuda a regular a pressão arterial e os batimentos cardíacos. Outros minerais presentes em quantidades relevantes são o fósforo, cálcio, sódio, magnésio, ferro e zinco.
Em relação à presença de vitaminas, é de destacar a riqueza em pró-vitamina A, seguida de vitamina C. Contém também quantidades significativas de vitaminas do complexo B, especialmente as B1, B2 e B6, vitamina E e ácido fólico.
A batata-doce possui importantes antioxidantes, que combatem os radicais livres no organismo e ajudam a bloquear determinadas gorduras. A concentração destes compostos bioativos varia entre cultivares. Por exemplo, as cultivares de batata-doce de polpa branca amarelada, amarela ou laranja apresentam diferentes conteúdos em carotenoides, já as de polpa roxa, contêm um elevado teor em antocianinas.
Finalmente, importa ressaltar o fato de a batata-doce possuir um índice glicémico muito baixo. Isto significa que os seus hidratos de carbono são de digestão lenta, o que se traduz num menor impacto no aumento da glicémia de quem a consome. Esta propriedade, somada ao elevado teor em fibra, faz da batata-doce um alimento saudável, muito aconselhado para diabéticos, desportistas e pessoas com atividade física intensa.
Fonte: Revista Ciência Elementar
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