No Brasil, mais de 700 mil vidas foram perdidas durante a pandemia da Covid-19, uma das maiores emergências sanitárias que o mundo já viveu. Para transformar o momento de dor em memória, homenagem e aprendizado, o Ministério da Saúde realiza, nesta segunda (11) e terça-feira (12), um seminário para concepção e criação do Memorial da Pandemia de Covid-19.
A atividade acontece no auditório Embaixador Wladimir Murtinho, no Palácio Itamaraty, exatamente quatro anos após o decreto de estado de pandemia em relação ao coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O memorial vai oportunizar uma reflexão sobre a importância do conhecimento e da ciência atreladas a uma política de bem-estar social e de combate às desigualdades.
O objetivo do seminário é promover um debate entre especialistas, autoridades e profissionais de diversas áreas, que atuaram no combate ao negacionismo e às fake news durante a pandemia. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, vai reunir personalidades como o comunicador digital Felipe Neto, a empresária Luiza Trajano, o médico Drauzio Varella, a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, além dos senadores Randolfe Rodrigues e Humberto Costa, que farão participações ao longo do evento.
O encontro será um momento de reflexões sobre como o mundo respondeu à pandemia, com a ciência unida para criação de uma vacina que salvou milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que cada país se deparou com uma forte onda negacionista. O seminário vai reforçar a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto serviço de garantia do direito à saúde, permitindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população.
No Brasil, a gestão política à frente do governo corroborou para discriminar a nova vacina, causando prejuízos que custaram vidas, além de colaborar com a divulgação de notícias que confundiram a população. Sociedade civil, movimentos sociais, pesquisadores, estados e municípios, se uniram, então, diante de uma gestão negacionista que afrontou garantias constitucionais e não protegeu os direitos humanos. Neste sentido, a comunidade científica brasileira teve fundamental importância para reforçar a vacinação no país e endossar as medidas que estavam sendo indicadas pela OMS para salvar vidas.
Relembrando este cenário, o seminário do Ministério da Saúde vai contribuir para a constituição de um plano museológico estratégico e um edital público para escolha do monumento que vai abrigar o Memorial da Pandemia de Covid-19, permitindo que artistas, arquitetos e outros profissionais se engajem na proposta. O edital apontará o melhor local para construção do memorial. Este será um espaço para visitas da população, buscando trabalhar junto à comunidade a transversalidade de temas como saúde, ciência, educação, cultura e meio ambiente. Um ato de reparação e memória, em uma sinalização da importância da busca por justiça.
No futuro, o memorial deve abrigar, em suas instalações, uma exposição de longa duração que relate todos os episódios marcantes da pandemia, desde as primeiras notícias ao lockdown, os estudos científicos para o conhecimento do vírus e as mortes, mas também os momentos de êxito e descoberta como as primeiras vacinas, o mapeamento genético do vírus, as ações de solidariedade para disseminação das melhores práticas sanitárias e do combate à fome e ao desemprego, até o avanço das soluções digitais para iniciativas médicas, sociais e culturais.
A expectativa dos organizadores é de que o memorial será um espaço de superação, de destaque da ciência, da força do SUS, de solidariedade e uma oportunidade de estimular a reflexão dos visitantes sobre a saúde e o mundo que queremos construir juntos, na ampliação do horizonte temático sobre a “Saúde no Futuro”. A ideia é que o Memorial da Pandemia de Covid-19 seja um museu vivo e em constante mutação.
Fonte: Ministério da Saúde
Ilustração: Marcus Reis
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