sexta-feira, novembro 22, 2024

Impetigo: conheça infecção altamente contagiosa que acomete principalmente crianças pequenas

A doença é mais comum em crianças entre dois e seis anos, especialmente nos meses mais quentes e úmidos do ano

O Impetigo é uma infecção na pele causada por bactérias que habitam a pele, boca e trato respiratório superior que se manifesta mediante a queda no sistema imunológico, possibilitando a proliferação. Apesar da possibilidade de acometer pessoas de qualquer idade, o impetigo é mais comum em crianças entre dois e seis anos, especialmente nos meses mais quentes e úmidos do ano e em ambientes com condições de higiene precárias.

A uma infecção cutânea, altamente contagiosa, é causada por dois diferentes germes: o Staphylococcus aureus, uma bactéria gram-positiva, com o formato aproximado de um cacho de uva, que pode formar colônias na pele e nas narinas de pessoas saudáveis, e o Streptococcus pyogenes (estreptococos beta-hemolíticos do grupo A) que habita normalmente a pele, boca e trato respiratório superior.

De maneira geral, essas bactérias não fazem mal nenhum ao hospedeiro. No entanto, uma queda no sistema de defesa do organismo, um ferimento superficial na pele (um pequeno corte, um arranhão, uma picada de um inseto) ou mesmo lesões provocadas por outras doenças de pele que possam servir de porta de entrada para o micróbio são fatores favoráveis para a manifestação da doença.

O contágio pode ocorrer através do contato direto com as feridas ou com gotículas da secreção nasal das pessoas infectadas ou, ainda, por objetos contaminados (roupas pessoais, de cama, de banho, brinquedos, etc.). O período de incubação varia de quatro a dez dias, fase em que o paciente pode transmitir a doença, apesar de não apresentar nenhum sinal visível da infecção.

Pessoas que possuem ou com o sistema imunológico comprometido correm risco maior de desenvolver impetigo. As manifestações cutâneas do impetigo podem variar de acordo com o tipo do agente infeccioso.

 

Impetigo bolhoso: É causado pelo Staphylococcus aureus, que produz toxinas que favorecem o aparecimento de vesículas maiores, cheias de líquido amarelado. Em geral, elas se instalam no peito, braços, abdômen e nádegas, principalmente de bebês e crianças na idade pré-escolar, e podem vir acompanhadas de febre e mal-estar. Quando rompem,  deixam no lugar uma lesão vermelho-vivo, inflamada e úmida, que não dói, mas pode coçar e desaparece sem deixar marcas. Segundo dados publicados pela Anvisa, o impetigo bolhoso é responsável por 10% dos casos da doença;

Ectima: É considerada a forma mais grave do impetigo, porque acomete as camadas mais profundas da pele. Geralmente é causada pelo Streptococcus pyogenes, embora possa ocorrer uma infecção simultânea pelo Staphilococus aureus. As lesões (uma ou várias) – úlceras profundas, dolorosas e cheias de pus – aparecem sobretudo nas pernas e deixam cicatrizes depois de curadas. Outro sinal de ectima é a presença de linfonodos (gânglios linfáticos) aumentados na cadeia próximas das feridas, como resposta do sistema de defesa do organismo contra o agente agressor.

O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica das lesões que aparecem na pele. No entanto, é possível recorrer a exames laboratoriais para determinar o agente patogênico, o que ajuda a estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças de pele e a selecionar o tipo de tratamento mais indicado para o caso.

Em geral, o impetigo é uma doença benigna que evolui favoravelmente, desde que receba o tratamento adequado. Em alguns poucos casos, porém, podem ocorrer as seguintes complicações:

 

Glomerulonefrite pós-estreptocócica: doença renal grave produzida pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, o mesmo causador de infecções em órgãos da orofaringe;

Celulite infecciosa: doença grave, potencialmente fatal, que afeta os tecidos sob a pele e pode alcançar os nódulos linfáticos, a corrente sanguínea e disseminar-se pelo organismo.

Observação: não confundir a celulite infecciosa com a lipodistrofia ginoide (conhecida popularmente por celulite), distúrbio que afeta mais as mulheres e é causado pelo acúmulo do tecido gorduroso, água e toxinas sob a pele, que adquire uma aparência característica.

 

Tratamento do impetigo

O tratamento do impetigo deve começar tão logo seja feito o diagnóstico da doença ou, no máximo, 48 horas depois do aparecimento dos primeiros sintomas para evitar complicações. Ele inclui a indicação de antibióticos por via oral ou em forma de cremes e pomadas de uso tópico, isto é, aplicados diretamente sobre as lesões cutâneas, depois que as crostas foram amolecidas com água morna e retiradas.

Mesmo que os sintomas tenham melhorado com as primeiras doses ou aplicações do antibiótico, é fundamental que seu uso seja mantido nos horários e prazo prescritos pelo médico para evitar que as bactérias desenvolvam resistência aos remédios.

Os cuidados com a higiene pessoal e com a área infectada, somados ao tratamento medicamentoso, além de acelerar o processo de cura, são medidas fundamentais para reduzir os casos de contágio e possíveis recidivas da doença.

 

Recomendações para lidar com o impetigo

Na maioria dos casos, o risco de contágio do impetigo só desaparece 48 horas depois de iniciado o tratamento com antibióticos ou quando as feridas deixaram de eliminar secreção e estão cicatrizando. Enquanto isso não acontece, o paciente deve permanecer em casa, sem contato direto com os outros moradores, e seus objetos devem ser separados para seu uso exclusivo. Essas medidas se tornam necessárias porque o impetigo é um problema de pele muito contagioso.

Além disso, você deve observar as seguintes recomendações:

  • Nunca se descuide dos cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos com frequência, especialmente antes das refeições e depois de usar o banheiro;
  • Não compartilhe com as pessoas doentes objetos de uso pessoal, como toalhas, lençóis, pentes e escova de cabelo, por exemplo;
  • Evite tocar nas feridas, se elas já apareceram na pele, para não espalhar a infecção por outras partes do corpo;
  • Lave as lesões com água e sabão, seque bem e cubra com gaze ou outro tipo de curativo;
  • Use lenços de papel para assoar o nariz ou quando espirrar e depois descarte-os;
  • Acima de tudo, não se automedique. Procure o dermatologista ou o pediatra tão logo apareça qualquer problema na pele.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Portal Drauzio Varella / uol

Ilustração: Marcus Reis

Foto: Divulgação

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