sexta-feira, novembro 22, 2024

Da seca no AM às inundações no RS: Efeitos da crise climática integram lista de maiores desastres naturais do Brasil

A relação entre os acontecimentos do Rio Grande do Sul e do Amazonas têm algo em comum: o avanço da crise climática, uma vez que foi agravada pelas ações da humanidade

Nos últimos dias, o Brasil assistiu os acontecimentos causados pelo avanço da crise climática, que atingiu o estado do Rio Grande do Sul, causando mais de 100 mortes. Com o maior volume de chuva dos últimos anos, a água causou desastres pelo caminho e fez com que o nível dos rios do estado subissem, invadindo cidades e fazendo com que a população precisasse deixar suas casas para salvar suas vidas.

No ano passado, a crise climática também atingiu o Amazonas e alguns estados da Região Norte. Os rios do Amazonas registraram o menor nível de águas em toda a história, desde que foi iniciada a medição. Com a seca severa e sem acesso hidroviário, a logística para chegar em algumas cidades ficou difícil.

No Amazonas, por exemplo, a seca severa vitimou mais de 150 botos das espécies vermelho e tucuxi. Na época, foi registrado que a temperatura das águas quase chegaram a 40°C, o que ocasionou à morte dos aquáticos.

Na tragédia do Rio Grande do Sul também já foram registradas as mortes de alguns animais, entre domésticos, selvagens e de criadouros. Ainda não há um número exato de quantas vidas animais já foram perdidas.

A relação entre os acontecimentos do Rio Grande do Sul e do Amazonas têm algo em comum: o avanço da crise climática. Uma vez que o avanço da crise foi causada pelas ações da humanidade, o Portal Manaós listou alguns desastres ambientais que afetaram o Brasil nos últimos anos. Confira:

Brumadinho

O rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, causou 259 mortes em 2019. Até hoje, alguns corpos ainda não foram encontrados e é um dos maiores desastres brasileiros.

O local abrigava os rejeitos de uma mineradora. Com o rompimento da barragem, uma avalanche de lama tóxica atingiu o município de Brumadinho.

O impacto ambiental desse desastre foi enorme com poluição do solo, dos cursos de água, da fauna e da flora do local.

Barragem de Mariana

Antes de Brumadinho, em 2015, no município de Mariana – também em Minas Gerais – ocorreu o rompimento de uma barragem de uma mineradora. Quinze pessoas morreram.

Em 16 dias, a lama atingiu mais de 40 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo até chegar ao Oceano Atlântico.

Os moradores dessas localidades sofreram com o abastecimento de água, a pesca foi proibida e ainda, mais de dois mil hectares de terras foram atingidos e inutilizadas para o plantio.

Incêndio Porto de Santos

Um dos maiores incêndios já registrados no Brasil ocorreu na área industrial de Santos, em 2015. O episódio aconteceu durante a transferência dos tanques de combustível de gasolina e etanol. Por um erro operacional, ocasionou a explosão de uma das válvulas, causando o incêndio de seis tanques.

O incêndio durou oito dias até que as autoridades responsáveis conseguissem controlar as chamas. Todos os trabalhadores e envolvidos no processo de contenção das chamas saíram ilesos.

Os danos ambientais causados afetaram a qualidade do ar, do solo e das águas. A água utilizada para combater o incêndio foi escoada para o mar novamente acarretando a morte de 9 toneladas de peixes.

Vazamento de óleo na Bacia de Campos

Devido a uma perfuração mal sucedida, ocorreu um dos desastres ambientais mais severos dos últimos anos na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.

Resultados das pesquisas apontam que foi um erro cometido pela petroleira, pois o local não poderia ter sido perfurado por conta da pressão existente.

O resultado desse desastre foi negativo para a fauna do ambiente, no entanto, como aconteceu longe da costa, não afetou diretamente populações das cidades próximas.

Miraí

Outro rompimento de barragem ocorreu em Miraí, interior de Minas Gerais, em 2007. O vazamento da barragem atingiu milhares de pessoas e causou grandes danos ao meio ambiente como a mortandade de milhares de peixes.

Os habitantes da região tiveram suas casas inundadas por uma lama tóxica, com resíduos de bauxita, e muitos locais de agricultura também foram atingidos.

Além disso, o acidente afetou o abastecimento de água de algumas cidades vizinhas como Laje do Muriaé, no estado do Rio de Janeiro.

Cataguases

Anos anteriores, em Cataguases, no interior de Minas Gerais, cerca de 1,4 bilhão de litros de lixívia foram liberados devido ao rompimento de uma barragem, em 2003. Este se junta a um dos maiores desastres.

O líquido de cor escura que vazou para as águas da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul era a sobra industrial da produção de celulose. No total, foram 900 mil metros cúbicos de rejeitos industriais de cor escura, conhecido como “licor negro”.

O acidente atingiu 3 estados do Brasil (Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro), e além dos danos causados aos seres humanos, o ecossistema foi devastado afetando a fauna e a flora do local.

Naufrágio da plataforma P-36

Vitimando 11 pessoas, o naufrágio da plataforma da Petrobras P-36 foi considerado um dos maiores desastres na história da petrolífera brasileira. O incidente ocorreu em 2001 na Bacia de Campos, no interior do Rio de Janeiro.

O acidente começou com a explosão de algumas colunas na madrugada do dia 15 de março. No total, foram 3 explosões que causaram a morte de 11 pessoas.

Os principais problemas associados a essa tragédia estavam: erros na manutenção e falhas nos procedimentos operacionais.

Vazamento de óleo no Paraná

No ano 2000, um dos dutos foi rompido durante a transferência de petróleo do terminal marítimo de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, para uma refinaria em Araucária, no Paraná.

O resultado foi o vazamento de 4 milhões de litros de petróleo na bacia do Arroio Saldanha e os rios Barigui e Iguaçu.

Vazamento de óleo na Baía de Guanabara

O vazamento do óleo que aconteceu na Baía de Guanabara no ano 2000 e atingiu cerca de 25 praias, e ocorreu devido ao rompimento de um duto da Petrobras. No total, o vazamento foi de 1,3 milhão de litros de óleo combustível.

A mancha de óleo se espalhou por cerca de 50 km2 na Baía de Guanabara e afetou diretamente o trabalho de muitas famílias que viviam da pesca, além do ecossistema do local.

Acidente com césio-137

Esse é o maior acidente radiológico do Brasil, que aconteceu em 1987 na cidade de Goiânia. Dois catadores de lixo da região encontraram um aparelho de radioterapia em uma clínica abandonada.

O aparelho foi desmontado e dentro dele havia uma cápsula com o elemento radioativo do Césio. As consequências vieram pouco depois, quando as pessoas que tiveram contato com o elemento começaram a ter tonturas e vômitos. Quatro pessoas morreram.

Incêndio na Vila de Socó

Causado pelo vazamento de gasolina em um dos oleodutos da Petrobras, 93 pessoas morreram no incêndio na Vila de Socó em Cubatão, interior de São Paulo. Este se junta a um dos maiores desastres no Brasil.

Devido a uma falha operacional, houve uma ruptura na tubulação e 700 mil litros de gasolina se espalharam no local. Cerca de 2 horas depois, um grande incêndio tomou conta da área alagadiça de mangue.

Vale da Morte

Anos antes, Cubatão foi considerada uma das mais poluídas do país e o município mais poluído do mundo, segundo dados da ONU na década de 80.

Isso tudo foi consequência das indústrias do polo petroquímico de Cubatão que poluíram o ar, a água e o solo da região, pois eram lançados toneladas de gases tóxicos diariamente.

Vazamento na Baía de Guanabara

Nos anos 70 foi registrado o primeiro vazamento de óleo, sendo 6 mil toneladas de crude vazados pela Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

O resultado foi uma mancha de 10 centímetros de espessura que surgiu em alguns pontos da Baía de Guanabara. Por conta do acidente, alguns locais também incendiaram.

Leia mais: Fake news sobre ações de socorro ao RS serão investigadas pela PF

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Por Camila Duarte com informações do Toda Matéria

Ilustração: Marcus Reis

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