domingo, novembro 24, 2024

Pesquisadores alertam para expansão de praga que ameaça 80% da produção global de banana

Com a propagação do fungo, a fruta mais consumida no mundo corre risco de extinção

Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Wageningen, na Holanda, alertou que a banana, fruta mais consumida no Brasil e no mundo, corre risco de ser extinta nos próximos anos.

O responsável, de acordo com a AgTechNavigation, seria a expansão de uma praga, a murcha de fusarium. Também conhecida como Fusariose Raça Tropical 4, TR4 ou mal-do-Panamá, a doença ameaça 80% da produção global do alimento.

Wilson da Silva Moraes, engenheiro-agrônomo e fitopatologista SFA-SP, explica que o fungo de solo atinge não só as mudas e bananeiras, mas também implementos agrícolas e instrumentos de poda.

“Entope os vasos que conduzem a seiva, impedindo o movimento de nutrientes e água pela planta, que seca e morre. Depois disso, ele ainda pode permanecer no solo por até 40 anos, inviabilizando a continuação da cultura no local”, explica o especialista.

Visto que não existe controle químico, a única forma de evitar a fusariose é com prevenção. Além disso, como os sintomas demoram para aparecer, a identificação é mais um dos desafios dos produtores.

A doença também preocupa o Brasil, quarto maior produtor mundial de bananas, com colheita estimada em 6,7 milhões de toneladas. São Paulo lidera o ranking nacional, com destaque para o Vale do Ribeira, que responde por mais de 76% da produção estadual.

Algumas variedades comerciais, como a Cavendish, são mais resistentes. Outras, como a banana-maçã, é altamente susceptível à doença. Até hoje, não existe nenhum tipo de controle químico 100% eficiente no combate ao mal-do-Panamá.

Algumas opções de fungicidas específicos, como o fabricado pela empresa Syngenta, já liberado nas Filipinas, podem ajudar. Porém, diante de 465 mil hectares de áreas plantadas no mundo, o processo seria demorado.

À AgTechNavigation, Gert Kema, professor de fitopatologia e autor principal do estudo, diz que é fundamental identificar cedo a presença da murcha para retardar a propagação da praga e salvar as lavouras.

Segundo o especialista, a doença não tem cura e ainda não há espécies de banana resistentes. Assim, o mapeamento aéreo é considerado o método mais eficiente no momento.

Um teste está sendo feito pela equipe comandada por Gert Kema, no Vale do Chira, no Peru, uma das principais regiões para o cultivo de banana orgânica. A área analisada já sofre com os efeitos da contaminação da murcha de fusarium. Até o momento, a equipe identificou mais de 200 focos de infecção da doença.

“A única maneira de fazer isso é pelo ar. É uma região grande e há partes que não podemos acessar ou obter permissão para acessar. É por isso que realizamos 12 voos em uma pequena aeronave e tiramos 133.700 fotografias aéreas que analisamos”, explica o professor.

 

 

 

 

Fonte: GR / Globo Rural

Foto: Reprodução / Freepik

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