sexta-feira, novembro 22, 2024

Caso Djidja: Laudo preliminar de ex-sinhazinha aponta depressão respiratória e cardíaca; Defesa de família nega seita

Os peritos ainda não descartam que a causa da morte pode ter acontecido devido ao uso de droga ilícita

As investigações a respeito da morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso seguem rendendo repercussão. Nesse domingo (2), foi divulgado um lado preliminar que aponta a causa da morte da empresária de 32 anos.

Conforme o documento, Djidja teria tido uma depressão respiratória e cardíaca, de origem no sistema nervoso central de causa indeterminada. Os peritos ainda não descartam que a causa da morte pode ter acontecido devido ao uso de droga ilícita ou medicações psiquiátricas em excesso.

Antes de apontar a causa real da morte, os peritos coletaram materiais biológicos para exames toxicológico e patológico, para a realização de uma análise aprofundada que vai determinar o que aconteceu.

A suspeita dos peritos é que Djidja Cardoso faleceu após aplicar altas doses de Ketamina e tenha sofrido uma overdose. De acordo com as investigações da polícia, a substância teria sido aplicada pelo próprio irmão Ademar Farias Cardoso Neto.

Defesa nega seita

Nesse domingo, a defesa da família Cardoso realizou uma coletiva de imprensa em que negou que a família seguia uma seita. Os advogados ainda afirmaram que a prisão teria salvado a família.

“Não existia seita, eu sou testemunha ocular, que sob efeito de drogas, eles pregavam a filosofia prevista no livro Cartas de Cristo, mas não existia seita, não existia envolver funcionários. Não existia rituais satânicos, que envolvam animais”, disse a advogada Lidiane Roque.

A defesa ainda afirmou que a ação da polícia, dias atrás, poderia ter salvado Djidja Cardoso da morte. “Se essa operação do dr. Cícero, delegado titular do 1° DIP tivesse sido deflagrada a algumas semanas atrás, a Djidja estaria viva. A Djidja estaria presa, mas estaria viva”, afirmou.

Os advogados da família ainda criticaram a forma como a imprensa tem divulgado o caso e alegou que os meios de comunicação estão deturpando as informações. Com relação as seringas apreendidas na operação, a defesa afirmou que eram usadas para medir a quantidade de produtos de tratamento capilar.

Para a imprensa, os advogados negaram a existência da seita e afirmaram que a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, apenas gostava de falar sobre a filosofia de cartas de Cristo.

“Nunca fui convidada para a seita e nunca usaram a expressão seita. Me causa estranheza o delegado falar isso. A dona Cleusimar gostava de falar da filosofia de vida dela, de Cartas de Cristo, mas seita não”, afirmou a advogada.

Ainda segundo a defesa, Cleusimar e Ademar Cardoso – irmão de Djidja – estão sob abstinência das drogas na unidade prisional. Os advogados devem tentar reverter a prisão preventiva para uma internação.

Investigação

Há 40 dias, a Polícia Civil investigava a família Cardoso por suspeita de comercialização ilegal de medicamentos de uso veterinário. A investigação da polícia foi adiantada após a morte da ex-sinhazinha.

Segundo os investigadores, Djidja era um dos alvos da operação, que tinha como objetivo a desarticulação do grupo “Pai, Mãe, Vida”, liderado pela mãe da ex-sinhazinha, Cleusimar, e pelo irmão da ex-sinhazinha, Ademar Cardoso. O grupo era como uma “seita”, onde a família realizava sessões de ‘medicação’ baseadas nas filosofias de cartas para Cristo, em que aplicavam as drogas para uma experiência de quase morte.

Além da Ketamina, a polícia apreendeu na casa da vítima outras substâncias psicotrópicas que eram usadas pela família Cardoso e alguns funcionários do salão de beleza da família durante rituais que aconteciam na casa da família.

Leia mais: Caso Djidja: PC revela detalhes ocorridos durante investigação da suposta ‘seita religiosa ‘Pai, Mãe, Vida’

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