As investigações a respeito da morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso seguem rendendo repercussão. Nesse domingo (2), foi divulgado um lado preliminar que aponta a causa da morte da empresária de 32 anos.
Conforme o documento, Djidja teria tido uma depressão respiratória e cardíaca, de origem no sistema nervoso central de causa indeterminada. Os peritos ainda não descartam que a causa da morte pode ter acontecido devido ao uso de droga ilícita ou medicações psiquiátricas em excesso.
Antes de apontar a causa real da morte, os peritos coletaram materiais biológicos para exames toxicológico e patológico, para a realização de uma análise aprofundada que vai determinar o que aconteceu.
A suspeita dos peritos é que Djidja Cardoso faleceu após aplicar altas doses de Ketamina e tenha sofrido uma overdose. De acordo com as investigações da polícia, a substância teria sido aplicada pelo próprio irmão Ademar Farias Cardoso Neto.
Defesa nega seita
Nesse domingo, a defesa da família Cardoso realizou uma coletiva de imprensa em que negou que a família seguia uma seita. Os advogados ainda afirmaram que a prisão teria salvado a família.
“Não existia seita, eu sou testemunha ocular, que sob efeito de drogas, eles pregavam a filosofia prevista no livro Cartas de Cristo, mas não existia seita, não existia envolver funcionários. Não existia rituais satânicos, que envolvam animais”, disse a advogada Lidiane Roque.
A defesa ainda afirmou que a ação da polícia, dias atrás, poderia ter salvado Djidja Cardoso da morte. “Se essa operação do dr. Cícero, delegado titular do 1° DIP tivesse sido deflagrada a algumas semanas atrás, a Djidja estaria viva. A Djidja estaria presa, mas estaria viva”, afirmou.
Os advogados da família ainda criticaram a forma como a imprensa tem divulgado o caso e alegou que os meios de comunicação estão deturpando as informações. Com relação as seringas apreendidas na operação, a defesa afirmou que eram usadas para medir a quantidade de produtos de tratamento capilar.
Para a imprensa, os advogados negaram a existência da seita e afirmaram que a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, apenas gostava de falar sobre a filosofia de cartas de Cristo.
“Nunca fui convidada para a seita e nunca usaram a expressão seita. Me causa estranheza o delegado falar isso. A dona Cleusimar gostava de falar da filosofia de vida dela, de Cartas de Cristo, mas seita não”, afirmou a advogada.
Ainda segundo a defesa, Cleusimar e Ademar Cardoso – irmão de Djidja – estão sob abstinência das drogas na unidade prisional. Os advogados devem tentar reverter a prisão preventiva para uma internação.
Investigação
Há 40 dias, a Polícia Civil investigava a família Cardoso por suspeita de comercialização ilegal de medicamentos de uso veterinário. A investigação da polícia foi adiantada após a morte da ex-sinhazinha.
Segundo os investigadores, Djidja era um dos alvos da operação, que tinha como objetivo a desarticulação do grupo “Pai, Mãe, Vida”, liderado pela mãe da ex-sinhazinha, Cleusimar, e pelo irmão da ex-sinhazinha, Ademar Cardoso. O grupo era como uma “seita”, onde a família realizava sessões de ‘medicação’ baseadas nas filosofias de cartas para Cristo, em que aplicavam as drogas para uma experiência de quase morte.
Além da Ketamina, a polícia apreendeu na casa da vítima outras substâncias psicotrópicas que eram usadas pela família Cardoso e alguns funcionários do salão de beleza da família durante rituais que aconteciam na casa da família.