O principal rio da Amazônia tem descido cerca de 10 centímetros por dia desde o início de agosto. Segundo os dados do Porto da capital, que monitora o ritmo das águas, o Rio Negro chegou a profundidade de 23.76 metros nesta terça-feira (13). Autoridades preveêm a pior seca a ser enfrentada pelo Amazonas nos últimos anos.
As águas tem baixado, constantemente, desde o dia 23 de junho. A última vez que as águas haviam descido foi em 16 novembro do ano passado. Período que o estado passou pela pior seca da sua história, influenciada pelo El Nino, fenômeno caracterizado pelo aquecimento acima da média nas águas do Pacífico, na região da linha do equador. Nos dias 4 e 5 de agosto, o nível chegou a baixar 13 cm, a diária mais alta do mês até agora.
O cenário de estiagem não preocupa somente a capital. Os municípios interioranos também vem sendo afetados. Segundo o boletim da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa Manaus), o Rio Amazonas também desceu, desde o dia 3 de agosto até a última segunda-feira (12), 88 centímetros. Já em Coari, o Solimões desceu 1,84 metros no mesmo período.
Conforme decreto do governo do Amazonas, 20 cidades podem entrar em estado de emergência por conta da seca severa. Principalmente as mais afastadas, que contam com o transporte hidroviário como único meio logístico de pessoas, e até de suprimentos básicos como remédios, insumos e alimentos.
No mês passado, o Governo do AM precisou antecipar o envio de mais de 160 toneladas de medicamentos e insumos para municípios. Na primeira etapa do plano de contingência, foram enviados mais de 160 toneladas de medicamentos e insumos para abastecer a rede hospitalar de 24 municípios do estado. O objetivo é suprir 34 cidades das calhas do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.
Além da estiagem, o Amazonas têm enfrentado outro problema climático. Uma frequente onda de queimadas tem atingido, principalmente, o Sul do estado. Com isso, a capital pela piora da qualidade do ar e o retorno das nuvens de fumaça sobre os céus.
Na segunda-feira (12), os marcadores da The Wheater Channel, apontaram a qualidade do ar com índice de poluição por PM2.5 (Partículas inferiores a 2,5 microns) em 165, considerado como insalubre, podendo causar efeitos na saúde respiratória de todos os grupos.
Ilustração: Marcus Reis
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