Após a leitura do parecer favorável para a instauração da CPI que vai investigar pagamentos a familiares do prefeito David Almeida (Avante), nesta quarta-feira (18), o líder da prefeitura na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Eduardo Alfaia (Avante), atacou a decisão da Procuradoria da Casa, disparou ofensas contra um vereador e fez duras críticas ao presidente da CMM.
O líder do prefeito iniciou o discurso afirmando que o presidente da CMM, o vereador Caio André (UB), estava se prestando a um ‘desserviço’ ao permitir a instauração da CPI.
“Vossa excelência se presta ao desserviço de tentar, a poucos dias das eleições, decidir de forma célere e eficiente. O que me estranha é o parecer da Procuradoria, que foi protocolado ontem e hoje tem o parecer, e o presidente a todo custo tentando essa manobra política”, disse.
Ainda no discurso, o vereador alegou que a base do prefeito estaria protocolando um pedido de CPI contra a administração da CMM. “Já que estamos nos prestando a esse desserviço eleitoral, ação eleitoreira, estamos hoje protocolar uma CPI contra a administração da Câmara Municipal de Manaus. […]. Espero que a Procuradoria emita parecer ainda para amanhã ou para segunda-feira, que tenha a mesma celeridade e eficiência, já que vossa excelência disse que a Câmara seria muito transparente”, pontuou.
Ao finalizar o discurso, o líder do prefeito voltou a direcionar a palavra para o vereador Caio André e disse que o mesmo agia de modo eleitoreiro. “Vossa excelência age de forma política e eleitoreira. Quando vossa excelência age dessa postura, não tem como termos outra reação”, afirmou.
Depois dos discursos, o presidente da CMM, o vereador Caio André, usou o seu tempo para se defender sobre os ataques ditos pelo líder do prefeito. O parlamentar alegou que cumpriu o regimento interno da Casa para instauração da CPI.
“Eu não queria estar aqui neste momento tendo que me defender porque cumpri o meu papel regimental de abrir uma CPI, que foi assinada por 14 vereadores e que tem, de fato, não dito só por mim, a imprensa nacional e local repete isso: indícios de irregularidades. A Procuradoria cumpriu seu papel, tem fato, existe fato específico, existem as 14 assinaturas. Por que barrar a CPI?”, questionou.
O presidente da CMM ainda respondeu sobre o pedido de abertura de CPI contra a administração da Casa e afirmou que não está preocupado com uma investigação a respeito, porque destacou que não cometeu irregularidades.
“Não me venha como ‘mimimi’, com choramingo de que ‘ah, foi muito célere, CPI a eleição está aí’. Que pena que a eleição está aí, porque cometeram os indícios de irregularidade nesse momento e aí não vamos fazer nada porque tem eleição? […] Ao contrário do prefeito, eu não tenho preocupações com a CPI. Não cometi irregularidades e tenho certeza absoluta disso. Como o prefeito, se não cometeu, não deveria ter medo da CPI e botar a tropa dele toda em choque e fazer essa balbúrdia que tentaram fazer nesse Parlamento”, ressaltou.
Ofensas a vereadores
O tom de voz alto continuou no plenário da CMM quando o vereador Rodrigo Guedes (PP) iniciou o seu discurso, o qual foi diversas vezes interrompido pelo líder do prefeito, Eduardo Alfaia.
“Vou responder ao vereador que fique tranquilo, porque quem comeu abiu foi vossa excelência […]. Comeu abiu e é um passador de pano do prefeito de Manaus, sabemos exatamente…. Presidente, determine que o vereador respeite minha fala!”, disparou Rodrigo Guedes.
O momento precisou ser interrompido pelo presidente Caio André. “Vossa excelência falou o que quis, todos ouviram, ninguém interrompeu vossa excelência”, disse.
O vereador Rodrigo Guedes continuou fazendo o discurso, porém, novamente, a fala do parlamentar foi interrompida pelo líder do prefeito. Neste momento, uma série de críticas iniciou no plenário.
“Vossa excelência não tem moral nenhuma para falar de nenhum vereador sequer, muito menos de mim. Lave sua boca para falar de mim!”, disparou o vereador Rodrigo Guedes.
O líder do prefeito voltou a ligar o microfone e também disparou críticas: “Um moleque desse, um palhaço! Esse rapaz é um palhaço, você me respeita. Eu vou chamar ele de vagabundo, esse rapaz é um palhaço. Ele que lave a boca para falar de mim, seu moleque, palhaço!”
Outro lado
O Convergente entrou em contato com a assessoria do vereador Eduardo Alfaia a respeito dos acontecimentos da sessão plenária desta quarta-feira (18). Até a publicação desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto.
*Com informações do OConvergente
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