quinta-feira, novembro 21, 2024

David e Dulce Almeida teriam, supostamente, recebido propina para direcionar contratos da prefeitura, revela UOL

Uma reportagem do UOL revelou que o suposto esquema foi descoberto após a suposta propina entregue à atual gestão ser citada em uma escuta da PF

Uma investigação da Polícia Federal mira o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) por suposto recebimento de propina para favorecimento de empresa em licitação da Prefeitura de Manaus, de acordo com a reportagem do UOL, publicada nesta quarta-feira (2).

Conforme revelou a reportagem, o dinheiro teria sido entregue a Dulce Almeida, irmã do prefeito que administrou a pasta municipal de Educação e agora segue trabalhando na campanha de David Almeida à reeleição.

A propina recebida teria sido de R$ 100 mil, a qual favoreceria a empresa de coleta de lixo Tumpex. Essa informação consta em um relatório do Ministério Público Federal, ao qual o UOL teve acesso. De acordo com a reportagem, em troca do valor, o empresário teria recebido ajuda para vencer uma licitação de R$ 6 milhões para a Secretaria Municipal de Infraestrutura.

Segundo o UOL, o serviço que a empresa foi contratada na época era para a aquisição de sacos de ráfia, usados para transportar pedras, areia, entulho e outros materiais.

A informação foi obtida pela Polícia Federal por meio de escuta telefônica iniciada em 6 de março de 2022. Conforme noticiou o UOL, o ‘grampo’ era para investigar o sócio da Tumpex, José Antônio, mas o suposto esquema da Prefeitura de Manaus acabou sendo descoberto após o sócio comentar sobre o suposta propina em conversa.

“Nesta conversa, o investigado [José Antonio] afirmou que teria entregado R$ 100.000,00 (cem mil reais) para Dulcineia Ester Pereira de Almeida, atual secretária municipal de Educação de Manaus e irmã do prefeito de Manaus/AM, David Almeida, por possíveis favorecimentos em licitações”, revelou um trecho da reportagem do UOL.

A investigação da PF ainda apontou que a Tumpex teria recebido vantagens em mais duas licitações, onde o próprio sócio teria manifestado interesse nos contratos para R$ 19 milhões em pedra brita e R$ 16 milhões em areia.

De acordo com o UOL, a PF investigou que David Almeida recebeu a propina da empresa antes de assumir a Prefeitura de Manaus, logo após vencer as eleições. De acordo com o inquérito, os R$ 100 mil foram desembolsados depois que Almeida venceu a eleição de 2020 e o valor foi entregue à Dulce Almeida em duas remessas.

Em consulta ao Portal da Transparência, O Convergente constatou que a empresa Tumpex já é uma velha contratada da Prefeitura de Manaus desde gestões anteriores. Na gestão de David Almeida, a empresa manteve os contratos com a prefeitura nos três anos e meio de administração.

Outro lado

O Convergente buscou contato com as partes envolvidas: o prefeito David Almeida, a ex-secretária municipal Dulce Almeida, o sócio da empresa Tumpex e a Prefeitura de Manaus; para que os mesmos pudessem esclarecer os fatos narrados pela matéria do UOL. A reportagem também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana para um posicionamento, uma vez que os contratos da Tumpex são ativos por esta pasta.

Em resposta ao O Convergente, a Prefeitura de Manaus informou que a investigação está em curso, mas negou a existência de qualquer crime relacionado à gestão de David Almeida. Ainda de acordo com a administração, a empresa não venceu licitações durante a atual gestão.

Até a publicação desta matéria, David Almeida, Dulce Almeida e José Antônio, sócio da Tumpex, e a Semulsp não retornaram o contato. O espaço segue aberto para esclarecimentos e envio de futuras notas.

Confira a nota da Prefeitura de Manaus na íntegra:

Em resposta à matéria publicada pelo UOL, informamos que a referida investigação está em curso, porém deverá concluir a inexistência de qualquer crime relacionado à gestão, uma vez que nenhuma das declarações dadas por telefone pelo empresário se concretizou.

As falas se resumem unicamente a ligação telefônica para terceiro, que nada tem a ver com a administração pública, na tentativa de vender um falso prestígio, uma vez que em nenhum momento da gestão o mesmo venceu alguma licitação. Este fato é suficiente para encerrar qualquer tipo de insinuação, além do fato de que em 2020 a gestão era outra.

Sobre a suposta reunião no Casarão da Inovação “Hotel Cassina”, se trata de um prédio da gestão pública onde o prefeito realiza diversos atendimentos e reuniões quando está no Centro da cidade. E novamente enfatizamos: o referido empresário nunca ganhou qualquer licitação durante a atual gestão.

Estamos aguardando as conclusões da investigação para impetrar ações no âmbito civil e criminal, contra quem gerou estas falsas afirmações, assim como quem repercutiu, uma vez que não restam dúvidas sobre a ausência de veracidade.

Alertamos ainda para as motivações por trás de um conteúdo requentado e de conhecimento público há anos, sugerido às vésperas da eleição ao UOL. De forma clara, o objetivo é induzir o veículo a erro para uso da manchete em programas eleitorais, distorcendo a credibilidade de quem divulga.

No demais, seguiremos à disposição para dirimir quaisquer dúvidas, uma vez que não cessaremos esforços para combater a desinformação.

*Com informações do O Convergente

Leia mais: Pesquisa aponta disputa entre David Almeida e Roberto Cidade no 2º turno em Manaus

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