Especialistas da Fiocruz, em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (SITS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), elaboraram uma nota técnica recomendando ao Ministério da Saúde (MS) a incorporação da testagem para a detecção de arboviroses em amostras de doadores de sangue.
A nova orientação visa a reforçar a triagem rigorosa que já é realizada ao introduzir uma avaliação laboratorial, baseada na tecnologia de PCR em tempo real, que oferece uma sensibilidade maior e é capaz de identificar simultaneamente diversos arbovírus, como os que causam a dengue, zika, febre amarela, febre do Oeste do Nilo e a encefalite de Saint Louis.
As arboviroses são um grupo de doenças virais que são transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos. A palavra “arbovirose” deriva de “arbovírus”, que significa “vírus transmitido por artrópodes”. Essas enfermidades podem causar uma variedade de sintomas, desde febre leve até complicações mais sérias, sendo algumas delas potencialmente fatais.
Os principais vetores das arboviroses são os mosquitos, em particular, os gêneros Aedes, Culex, Anopheles e pelo inseto do gênero Orthobunyavirus. Eles se tornam portadores dos vírus ao picar uma pessoa infectada e, subsequentemente, passam o vírus para outras pessoas durante suas picadas.
Aedes aegypti é o nome científico de um mosquito ou pernilongo cuja característica que o diferencia dos demais mosquitos é a presença de listras brancas no tronco, cabeça e pernas. É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer.
Por ser um mosquito que vive perto do homem, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional – principalmente, em áreas das cidades com ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e mais criadouros para desovar.
A infestação do mosquito é sempre mais intensa em razão de água acumulada e de altas temperaturas – fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho de toda a população.
Com informações da Fiocruz e Ministério da Saúde*
ilustração: Arquivo Portal Manaós
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