O ano de 2024 foi marcado por um aumento significativo no número de acidentes envolvendo a exploração marítima de petróleo no Brasil. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram registrados 731 acidentes ao longo do ano, o que representa uma média de dois incidentes por dia. Este índice é o mais alto desde o início da série histórica da agência, em 2011.
A questão da segurança nas operações petrolíferas tem ganhado destaque, especialmente no debate sobre o licenciamento do bloco 59, localizado na Foz do Amazonas. Esse bloco é um dos que já foram leiloados na margem equatorial brasileira e tem sido alvo de discussões entre ambientalistas, especialistas do setor e representantes do governo. O avanço na exploração da região tem gerado pressão política, com setores do governo defendendo o processo e enfrentando resistências de entidades preocupadas com os impactos ambientais e os riscos operacionais.
Outro dado preocupante apresentado pela ANP está relacionado ao aumento das situações classificadas como “quase acidentes”. Esses eventos, embora não tenham resultado em danos materiais, ambientais ou vítimas, poderiam ter evoluído para ocorrências graves. Em 2022, foram registrados 970 desses incidentes, enquanto em 2023 o número saltou para 1.375, evidenciando um crescimento expressivo e um alerta para a necessidade de reforço na prevenção de acidentes.
Especialistas apontam que o aumento dos acidentes e dos “quase acidentes” pode estar relacionado ao crescimento das operações no mar e à pressão para ampliar a produção petrolífera no país. Além disso, há preocupações quanto às condições de segurança nas plataformas e ao treinamento dos trabalhadores envolvidos nas atividades offshore.
