Um homem identificado como André Almeida Elias Soares, de 39 anos, foi preso nesta quarta-feira (9) suspeito de invadir uma sinagoga e deixar cartazes com mensagens de ódio contra o povo judeu. O caso ocorreu na última segunda-feira (7), na Avenida Leonardo Malcher, região central de Manaus.
A prisão preventiva foi decretada pela Justiça do Amazonas e cumprida pela Polícia Civil do Estado (PC-AM) em um flutuante no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital. Soares será indiciado por racismo, com foco na discriminação religiosa, e também por simular a presença de criança em cena de sexo explícito. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na residência do suspeito, em um flutuante, no bairro Tarumã.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito é considerado de alta periculosidade. Por conta disso, a Embaixada dos Estados Unidos solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) o acompanhamento das investigações.
Além do ataque à sinagoga, documentos obtidos com exclusividade pela CENARIUM revelam que Soares teria planejado atentados contra as universidades públicas do Amazonas. As instituições-alvo seriam a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Explosões em universidades
O plano incluía a explosão de pelo menos dois prédios da UEA, com datas marcadas para os dias 11 e 21 de março de 2025. Os locais mencionados em documentos incluem a Escola Superior de Artes e Turismo (Esat), na Avenida Leonardo Malcher, e a reitoria da UEA, na Avenida Djalma Batista.
Embora os arquivos não especifiquem a data para um possível ataque à Ufam, um relatório preliminar da Polícia Civil aponta indícios de que o investigado esteve nas dependências da instituição em 20 de março de 2025.
Os planos foram detalhados em arquivos digitais, entre eles um documento nomeado “The Heart of Hatred – My Goddamn Dearly Beloved Diary” (“O Coração do Ódio – Meu Maldito e Amado Diário”, em tradução livre), no qual Soares elenca ao menos dez possíveis alvos. Outra planilha, datada do mesmo dia 20 de março, organiza os ataques por palavras-chave como “Start” (início) e “f*ck”, além de mencionar figuras públicas como o ex-reitor da UEA, Cleinaldo de Almeida Costa.
À reportagem, o reitor da Ufam, Sylvio Mário Puga Ferreira, informou que repudia “qualquer ação que incite a violência contra qualquer membro da comunidade, seja docentes, técnicos administrativos e discentes, ou traga prejuízos ao patrimônio institucional”.
O Portal Manaós também entrou em contato com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para um posicionamento sobre o tema, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. O espaço permanece aberto.
Confira documentos obtidos pela Cenarium