Uma operação conjunta realizada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e pelo Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb), por meio do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb), resultou na aplicação de R$ 1,625 milhão em multas por crimes ambientais em uma propriedade rural localizada em Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana de Manaus. A ação foi deflagrada na última segunda-feira (14/04), após imagens de satélite indicarem degradação ambiental na área.
A fiscalização foi iniciada após o Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) do Ipaam identificar sinais de desmatamento em um trecho do setor do Distrito Agropecuário da Suframa (Suframa), no subramal ZF 01A. No local, os agentes constataram a supressão ilegal de 141 hectares de floresta nativa e a existência de atividades agropecuárias e de piscicultura sem licenciamento ambiental.
Entre as infrações identificadas, destacam-se:
R$ 705 mil em multa por desmatamento sem autorização;
R$ 600 mil pela criação irregular de animais de pequeno, médio e grande porte;
R$ 300 mil por operar tanques de piscicultura sem cadastro;
R$ 20 mil pela posse ilegal de quatro tracajás (espécie de quelônio ameaçada), mantidos em condições inadequadas.
Além das multas, o responsável pela propriedade foi autuado por maus-tratos, já que os animais silvestres estavam confinados em um tanque com água suja, sem condições apropriadas. Os tracajás foram transferidos para um local provisório sob orientação técnica, e o proprietário foi designado como fiel depositário dos animais até que sejam encaminhados a um centro de acolhimento licenciado.
“O uso de tecnologia de monitoramento por satélite tem se mostrado essencial para identificar e combater crimes ambientais, mesmo em áreas de difícil acesso. A pronta resposta das equipes reforça o compromisso do Estado com a preservação da biodiversidade”, afirmou o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço.
A equipe do Ipaam permaneceu no local durante todo o dia, realizando levantamentos técnicos, registros fotográficos e coleta de dados para embasar eventuais ações administrativas e judiciais. Todas as atividades irregulares foram imediatamente embargadas.
Segundo a Gerência de Fiscalização Ambiental do Ipaam, a área permanecerá sob monitoramento, e novas operações estão previstas em outros municípios da Região Metropolitana de Manaus. “Seguiremos vigilantes e atuando com firmeza para impedir qualquer ameaça à fauna e à flora do Amazonas”, reforçou Picanço.