A bancada do Partido Liberal (PL) no Amazonas realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17), às 11h, na sede do partido, em Manaus, para apresentar a posição da legenda diante da tentativa de cassação dos vereadores Coronel Rosses e Sargento Salazar, ambos do PL. A ação está relacionada à fiscalização realizada na Feira da Banana, no dia 25 de março, que motivou uma representação protocolada pelo Sindicato dos Feirantes.
Segundo a convocação, a sigla pretende rebater a representação e defender os parlamentares envolvidos. Durante a coletiva os parlamentares sustentaram que a “perseguição contra eles em um proceso de cassação é mais oxigêncio para atuação da oposição da Casa.
“Isso é um processo político, que começa com politicagem, isso vai andar, vai evoluir, se por acaso isso for julgado mais tarde, o partido vai contra-argumentar em todos os níveis e vai até as últimas conssequências (…) tudo está começando errado, sobre uma situação absurda, a justiça não corroborá com uma situação absurda”, disse o presidente do PL em Manaus, Alfredo Nascimento.
Questionados sobre o processo de cassação, o vereador Sargento Salazar afirmou que não tem medo de perca de mandato e nem de ficar inelegível. “Eu vou continuar vivo, respirando e com uma rede social com milhões de seguidores. Vamos continuar com o nosso trabalho e é ai que vamos fiscalizar mesmo”, declarou o parlamentar.
O vereador Coronel Rosses sustenta que os parlamentares são vítimas de uma perseguição brutal. “Eu não terei problema nenhum de responder a um processe de quebra de decoro, em mais um processo por arbitrariedade e por truculência do poder público contra mim e o Sargento Salazar. Mais uma vez estamos aqui vítimas de um processo de perseguição do poder público”.
Ainda segundo os vereadores, nenhum dos dois foi notificado oficialmente sobre o procedimento instaurado na Câmara. A oficialização deve ocorrer na próxima semana.
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Ação movida por sindicato
O Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Manaus protocolou nesta semana uma representação formal contra os vereadores Sargento Salazar e Coronel Rosses na Câmara Municipal de Manaus. A entidade solicita a abertura de processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar, o decreto de perda de ambos os mandatos e outras possíveis infrações legais cometidas pelos parlamentares durante uma confusão ocorrida no dia 25 de março de 2025, por volta das 16h, na Feira Municipal da Banana.
Segundo a representação, os vereadores teriam agido de forma “truculenta e arbitrária”, inclusive com agressões físicas e verbais, para impedir o cumprimento de uma ação da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (SEMACC). A operação visava reintegrar um espaço público após processo administrativo que apurou a prática de aluguel indevido do local.
De acordo com o Sindicato, a permissionária do espaço teria confessado em audiência, acompanhada de advogado, que alugava o local a terceiros — prática proibida pela Lei Municipal 123/2004 e pela Lei 14.144/2021. O processo administrativo culminou na retomada da permissão de uso do espaço.
No entanto, durante a execução da medida, “servidores foram surpreendidos pelos vereadores Sargento Salazar e Coronel Rosses, que em uma ação truculenta os impediram de cumprir o que determina a Lei 123/2004”, segundo trecho do documento protocolado.
O Sindicato denuncia ainda que os parlamentares agrediram fisicamente o advogado da SEMACC e ofenderam verbalmente servidores públicos, feirantes e até mesmo clientes que estavam no local. “As atitudes dos referidos vereadores foram ações incompatíveis com o decoro parlamentar, com a liturgia do cargo de vereador, ferindo não somente o Código de Ética desta casa, mas também a Lei Orgânica do Município de Manaus, a nossa Carta Magna e demais leis vigentes”, diz outro trecho da representação.
Entre os relatos apresentados estão os do feirante João Pacheco de Souza Neto, permissionário há quase 30 anos, e das feirantes Selina Nascimento Amazonas e Nereida Jaciara Barroso Rodrigues, que descreveram os vereadores como “altamente alterados”, “agressivos” e acompanhados de pessoas armadas. “Inclusive o próprio vereador Salazar fazia questão de mostrar que estava armado”, denuncia o texto.