Um levantamento realizado pelo site Ranking dos Políticos revelou que 352 dos 594 parlamentares atualmente em exercício no Congresso Nacional — o equivalente a 59% — solicitaram a emissão de passaportes diplomáticos para cônjuges, filhos e até acompanhantes.
O dado levanta questionamentos sobre o uso indevido de um documento destinado, em tese, a representar oficialmente o Estado brasileiro em missões internacionais. De acordo com o Decreto nº 5.978/2006, o passaporte diplomático deve ser concedido exclusivamente a autoridades brasileiras em serviço, sendo a extensão a familiares prevista apenas em situações excepcionais, como em missões acompanhadas. No entanto, a análise do levantamento aponta que a maioria dos pedidos não se enquadra nessas exceções.
A prática configura possível desvio de finalidade, já que muitos desses documentos estariam sendo utilizados em viagens particulares, sem qualquer vínculo com compromissos oficiais ou de interesse do país.
O levantamento detalha ainda os nomes dos deputados e senadores responsáveis pela solicitação dos documentos para seus dependentes, reforçando o debate sobre transparência, ética e uso de privilégios no serviço público.