sábado, abril 19, 2025
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Carvão feito de açaí, tucumã e castanha vira alternativa sustentável à madeira na Amazônia

A pesquisa focou em identificar resíduos com alto teor de carbono — elemento essencial para a eficiência da queima do carvão vegetal

A transformação de resíduos de frutos amazônicos como açaí, tucumã e castanha em carvão vegetal surge como alternativa viável e sustentável à produção tradicional com madeira. Além de evitar o desmatamento e a poluição de rios, a iniciativa também contribui para a geração de emprego e renda em comunidades do interior do Amazonas.

O projeto é liderado pela pesquisadora Marcela Amazonas, da Coordenação de Tecnologia Social do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo ela, a escassez de madeira adequada para a produção de carvão na região motivou a busca por fontes alternativas.

“Produzir carvão com madeira amazônica não é viável, nem ambiental nem tecnologicamente. As espécies com capacidade para esse fim são muito dispersas, o que geraria um impacto ambiental enorme”, explica Marcela em entrevista ao site Amazonas Atual.

A pesquisa focou em identificar resíduos com alto teor de carbono — elemento essencial para a eficiência da queima do carvão vegetal. “Após anos de estudo em laboratório, comprovamos que resíduos agroflorestais como os de açaí, tucumã e castanha têm grande potencial para substituir o carvão de madeira”, afirma a pesquisadora.

Os resíduos de açaí, castanha e tucumã chegam ao laboratório da Coordenação de Tecnologia Social do Inpa em sacas de 60 quilos e são colocados para secar em uma máquina. Depois de alguns dias e secos, um técnico separa os resíduos em porções de 10 ou 12 quilos dentro de outra máquina que vai carbonizar os resíduos a uma temperatura de 500 graus centígrados. Concluída a carbonização, o material é retirado para esfriar.

Uma vez frio e carbonizado, os resíduos são triturados em um moinho e depois peneirados. O pó resultante é misturado com goma de mandioca, que vai dar a liga com as partículas. Da máquina que faz a mistura, os resíduos com a goma de mandioca, são colocadas dentro de prensas que vão dar o formato das bolinhas de carvão, chamados de briquetes de carvão ou carvão ecológico.

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