Faleceu nessa quarta-feira (15/5), aos 23 anos, a jovem Deborah Hernani, torcedora apaixonada do Boi Garantido, que enfrentava um tipo raro e agressivo de câncer — um sarcoma que afetou sua medula óssea, além de um quadro de leucemia diagnosticado posteriormente.
A doença foi descoberta tardiamente, após sintomas como dores lombares e paralisia nas pernas. Mesmo diante de um cenário delicado, Deborah encantou o público amazonense por sua força, sensibilidade e vínculo com a cultura popular.
No início deste ano, ela participou, em cadeira de rodas, de um ensaio do Boi Garantido em Manaus. A cena, marcada por uma homenagem de um integrante com a indumentária do boi vermelho ao lado da arena, foi registrada em vídeo e emocionou torcedores de todas as cores, viralizando nas redes sociais.
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Na semana anterior ao seu falecimento, Deborah recebeu no hospital a visita de representantes do Boi Garantido, além de itens oficiais do grupo. A ação reforçou o laço afetivo entre a torcedora e o boi do povo. Uma seguidora comentou: “Nunca vai ser só sobre festa”, ao compartilhar o momento nas redes sociais.
Em nota oficial, o Boi Garantido lamentou profundamente a perda de Deborah, exaltando sua dedicação como pereché e destacando sua força diante da doença. “Neste momento de dor, a nação vermelha e branca se une em solidariedade aos familiares e amigos, desejando força para superar essa perda irreparável”, diz o comunicado.
Deborah nasceu em 26 de setembro de 2001 e ficou conhecida nas redes sociais ao compartilhar sua trajetória de luta, fé e esperança. Em entrevista à revista Marie Claire, afirmou: “Mesmo nos piores momentos, eu nunca deixei de me apegar à ideia de que minha vida tinha um propósito maior”.
Amigos, familiares e fãs do Festival de Parintins prestaram homenagens comoventes. Em uma das mensagens de despedida, foi citada a passagem bíblica de 2 Timóteo 4:7: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”.
Deborah Hernani deixa um legado de coragem, ternura e resistência. Seu sorriso seguirá vivo na memória de quem acredita que a cultura é, também, um espaço de afeto, luta e transformação.