A Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) decidiu impedir que Brunna Rosa, ex-chefe da Secretaria de Estratégias e Redes da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e aliada da primeira-dama Janja, assuma um cargo na agência Mynd8, especializada no gerenciamento de influenciadores e personalidades públicas.
Brunna comandou a área de estratégias digitais da Secom entre 28 de novembro de 2023 e 17 de janeiro de 2025, quando foi exonerada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No cargo, ela foi substituída por Mariah Queiroz Costa Silva, ex-responsável pelas redes sociais do prefeito de Recife, João Campos (PSB).
Após sua saída, segundo fontes do Palácio do Planalto, Janja articulou para que Brunna fosse transferida para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), mas a proposta não contou com o apoio do então ministro da Secom, Sidônio Palmeira.
O interesse de Brunna era atuar na área de marketing político da Mynd8. No entanto, por ter tido acesso a informações estratégicas e privilegiadas enquanto integrava o governo, ela própria solicitou à CEP um parecer sobre a possibilidade de assumir o cargo, a fim de evitar eventual conflito de interesses.
Durante sua passagem pela Secom, Brunna foi responsável por coordenar pesquisas de monitoramento da popularidade do Governo Federal e do presidente Lula, além de analisar eventos estratégicos, como o G20 e a COP30. Também liderou a elaboração e execução das estratégias de comunicação digital do Executivo e dos 38 ministérios, identificando riscos e oportunidades de imagem.
No relatório da Comissão de Ética, ficou decidido que Brunna Rosa deverá cumprir um período de seis meses de quarentena, a contar de 23 de fevereiro deste ano — data em que recebeu a proposta de trabalho da Mynd8. Durante esse intervalo, ela está impedida de assumir funções relacionadas ao setor privado.
A CEP também determinou que, caso Brunna receba novas propostas de trabalho nesse período, deverá comunicar imediatamente a comissão. Conforme destaca o relatório:
“Ademais, caso receba outras propostas de trabalho, contrato ou negócio no setor privado durante o período de 6 (seis) meses de vigência da quarentena, e tenha interesse em aceitá-las, deverá comunicar o fato imediatamente a esta Comissão de Ética Pública.”