O sambista e compositor amazonense Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido artisticamente como Paulo Onça, faleceu nesta segunda-feira (26/05), em Manaus, aos 63 anos, após quase seis meses de internação hospitalar. A morte foi confirmada pela esposa do artista, que o acompanhou desde dezembro de 2024, quando ele foi brutalmente agredido após um acidente de trânsito.
Paulo Onça era uma das principais referências do samba no Amazonas, com uma carreira iniciada aos 16 anos e marcada por mais de quatro décadas dedicadas à música e à cultura popular. Ao longo de sua trajetória, compôs mais de 130 músicas, muitas delas interpretadas por nomes consagrados como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e o grupo Exaltasamba.
O incidente
A agressão que resultou na internação e, posteriormente, na morte do sambista ocorreu em 4 de dezembro de 2024, na Rua Major Gabriel, bairro Praça 14 de Janeiro, zona Sul de Manaus. Câmeras de segurança flagraram o momento em que, após avançar um sinal vermelho e colidir com outro veículo, Paulo foi violentamente atacado por Adeilson Fonseca, condutor do carro atingido.
Legado musical
Entre as obras mais conhecidas de Paulo Onça destacam-se o samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa”, que garantiu à Escola de Samba Vitória Régia o título de campeã do carnaval de Manaus nos anos 1990, além de composições como “Ivete do Rio ao Rio”, em parceria com Alan Vasconcelos; “Feitio de Paixão”, eternizada por Jorge Aragão; e “Conexão em Samba”.
Ele também participou de projetos importantes, como o álbum “Na Cadência do Samba”, em parceria com o desembargador Yedo Simões, com interpretações de Dudu Nobre e Grupo Raça.
Figura central da cultura amazonense
Paulo Onça foi um dos grandes incentivadores do samba no Amazonas, com atuação destacada em escolas de samba como Vitória Régia, Sem Compromisso e Reino Unido da Liberdade. Também se apresentou em eventos culturais emblemáticos, como o Passo a Paço e no Teatro Amazonas, consolidando-se como uma figura indispensável para a cena cultural local.