sexta-feira, novembro 22, 2024

Política – “O salário e as férias estão em dia, mas e o trabalho?” – Em Manaus, vereadores retornaram às atividades com peso da ‘omissão’ na pandemia.

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) iniciou nesta segunda-feira, 8, uma nova legislatura, com a leitura da mensagem anual pelo prefeito David Almeida (Avante), mas sob o peso da “omissão”, em relação à pandemia da Covid-19.

Em janeiro, período crítico dos contágios pelo novo coronavírus na capital amazonense, com 62 sepultamentos por Covid-19 somente em um dia, na sexta-feira (05) e com quase metade dos casos em todo o Amazonas, um total de 126.396 (45,34%), conforme dados de até sexta, poucos foram os vereadores que resolveram atuar durante o recesso.

Para o sociólogo e cientista político Carlos Santiago, a Câmara de Manaus não entendeu o recado das urnas das eleições de 2020.

“O eleitorado manauara resolveu apostar numa renovação de 56% de legisladores, retirando mandatos de antigos vereadores carimbados como eternos governistas e omissos. Porém, enquanto Manaus passa pela pior tragédia de sua história, com milhares de pessoas mortes e sequelas, a atual legislatura passou trinta e cinco dias em recesso, um ‘tapa na cara do povo pelos representantes do povo’. Além de contratar uma empresa com valor milionário para aluguel de equipamentos para a TV Câmara”, comentou o especialista.

De acordo com o sociólogo, o desafio do Legislativo municipal é romper com a tradição da omissão, da subserviência e da falta de propostas de interesses coletivos, postura deixada pelas últimas legislaturas.

Política – Presidente da CMM mantém silêncio sobre manifestações contra aumento salarial dos vereadores.

“O Poder Legislativo tem que fiscalizar o Poder Executivo, denunciar irregularidades e propor soluções para os graves problemas da cidade”, ressaltou o cientista.

Para Santiago, o desafio é enorme, numa Câmara municipal que antes da posse dos eleitos já se declarava governistas.

Manaus – Câmara Municipal pode responder por crime de responsabilidade por falta de transparência.

“Tão governista que sequer está investigando as irregularidades na vacinação”, cutucou o advogado.

Segundo o especialista, cabe ao eleitor manauara cobra posturas dos vereadores e dá o “troco”, se for o caso, nas próximas eleições.

“A Câmara municipal é muito cara para que o povo suporte tantas omissões”, concluiu o advogado.

Diferente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), que resolveu retomar com sessões extraordinárias para atender a demandas e discutir as possibilidades de enfrentamento da Covid-19, a Câmara, por sua vez, resolveu ficar inerte.

Após a reunião que aprovou o benefício aos manauaras, grande parte dos parlamentares resolveu voltar ao momento de ‘inércia’. Isso, em um momento em que a população enfrentava hospitais sem leitos e sem oxigênio, fato esse noticiado no mundo inteiro.

Os 41 vereadores iniciam uma nova legislatura de 4 anos nesta segunda, 8.


  • Fonte: Portal O Poder.
  • Imagem: Divulgação.

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