No Egito uma ginecologista oferece discretamente um serviço camuflado de “saúde e beleza”, porém, se trata de operações de reconstrução de hímen, onde, em certas regiões do país, podem salvar vidas.
O hímen ainda é visto como confirmação de virgindade, para noivas, no pior dos casos, pode causar “crimes de honra”, os abusos geralmente são cometidos por parentes das vítimas.
Optando por anonimato, uma ginecologista afirmou:
“Este é nosso dever como médicos: proteger as meninas de assassinatos e do estigma social a que são submetidas por causa do hímen.”
A ginecologista, que usou o pseudônimo de Layla, diz viajar regularmente para áreas mais afastadas do Egito para realizar himenoplastias por um valor mais acessível.
Nos últimos nove anos, chegou a realizar cerca de 1.500 operações.
O Ministério da Saúde do Egito e o Conselho Nacional para Mulheres não comenta, mas grupos de direitos humanos dizem que milhares de mulheres são mortas no Oriente Médio e no Sul da Ásia a cada ano por parentes irritados com a percepção de danos à sua “honra”.
TEMOR
Após o rompimento com seu ex-namorado anos atrás, Nour Mohamed, de 26 anos, a família a pressionava para casar-se, e ela estava em busca de uma solução para estimular o sangramento para seu futuro marido pensar que ainda era virgem.
“Foi um pesadelo. Eu teria sido morta ou exposta pelo meu marido. Não tinha dinheiro para uma himenoplastia e este tratamento com ervas era minha única esperança.” Afirmou Nour.
Ela usou uma mistura fitoterápica que estimula o sangramento durante o sexo, o que sugeriria que seu hímen teria se rompido.
Embora possa levar décadas para mudar as crenças enraizadas sobre a virgindade e erradicar os crimes de honra, Fakhr El-Deen convocou uma campanha nacional para combater os equívocos sobre o significado do hímen:
“Estamos falando sobre vidas, e elas são importantes”.
- Fonte: Informações da redação com a revista Cenarium.
- Foto: Divulgação.