Nesta quarta-feira, 14/12, o ministro da Defesa peruano, Alberto Otárola, afirmou que o Conselho de Ministros decidiu impor estado de emergência a nível nacional por 30 dias. O anúncio ocorre durante o sexto dia de manifestações no Peru contra o novo governo, de Dina Boluarte, e pela liberdade do presidente deposto Pedro Castillo.
“Com esta medida procuramos garantir a ordem, a continuidade das atividades econômicas e a proteção de milhões de famílias”, disse o titular da Defesa.
Otárola falou que o diálogo entre os ministros e com a população continua para ouvir “exigências e necessidades de todas as regiões, e também trabalhamos arduamente para manter a paz”. O chefe da Defesa também afirmou que as Forças Armadas apoiam o trabalho da polícia local.
Crise – A crise no país se agravou na última quarta-feira, 7/12, quando o então presidente Pedro Castillo, que está preso e é investigado por rebelião e conspiração após tentar dissolver o Congresso, fez um pronunciamento em que disse que iria instituir um “governo de emergência excepcional” a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do Peru.
O anúncio ocorreu horas antes de Castillo enfrentar uma terceira tentativa de impeachment por parlamentares da oposição em 16 meses. Dessa vez, o Congresso votou por afastá-lo do cargo por “incapacidade moral”. Momentos depois, Dina Boluarte, então vice de Castillo, assumiu a Presidência.
A transição de poder para Boluarte tem sido pouco aceita e provocou protestos da população, que já estava insatisfeita com o governo e o Parlamento. As manifestações deixaram ao menos sete mortos, segundo informações do jornal local La Republica, e fizeram a nova presidente voltar atrás sobre novas eleições.
A princípio, a chapa de Castillo e Boluarte governaria até 2026, mas na segunda-feira,12/12, a presidente disse que apresentará um projeto de lei ao Parlamento a fim de antecipar as eleições para abril de 2024.
Fonte: UOL e Metrópoles
Fotos: Divulgação / Capa: Neto Ribeiro