Pesquisadores da Fiocruz Pernambuco publicaram, no mês de abril, correspondência na revista britânica The Lancet Microbe para ratificar a importância de acompanhar, por meio de sequenciamento genético, pessoas imunossuprimidas com infecção ativa de longa duração pela Covid-19. O objetivo é avaliar se a doença nesse tipo de paciente pode favorecer o surgimento de novas variantes preocupantes do Sars-CoV-2.
Técnico e pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz Pernambuco, respectivamente, Matheus Filgueira Bezerra e Gabriel Wallau informam na correspondência que ainda há poucos estudos publicados sobre o tema. Contudo, destacam artigo também publicado pela The Lancet, no início deste ano, com achados que reforçam a possibilidade do vírus mutar em pacientes imunossuprimidos – pessoas com HIV, neoplasias, doenças hematológicas, transplantados.
Isso pode ocorrer porque alguns indivíduos com baixa imunidade passam mais tempo com vírus ativo circulando no organismo. Esse trabalho foi encabeçado pela pesquisadora Zoe Raglow, da Universidade de Michigan (EUA), em conjunto com outros profissionais.
Esse achado, após quatro anos do início da pandemia, demonstra que ainda há campos de estudos e trabalho a serem realizados para evitar possíveis novos surtos ou epidemias da Covid-19.
“São essenciais discussões sobre a implementação de uma estratégia abrangente para vigilância direcionada destes grupos nas diretrizes de saúde pública. Além disso, promover a integração das partes interessadas da epidemiologia, do laboratório e da clínica é fundamental para a implementação de políticas e fluxos de trabalho de saúde pública eficazes para reforçar a vigilância genômica em indivíduos imunocomprometidos”, afirmam os pesquisadores na correspondência.
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Fonte: Fiocruz
Ilustração: Portal Manaós
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