De acordo com a Bloomberg, A Azul SA possui com negociações em andamento com a Gol Linhas Aéreas, para um acordo com o acionista controlador da companhia aérea rival brasileira. Em um cenário em consideração, o Grupo Abra contribuiria com suas ações da Gol para a Azul em troca de uma participação na companhia aérea combinada, disse uma das pessoas familiarizadas. Esse tipo de transação poderia atrair a Azul porque não teria que comprometer muito dinheiro.
Nesse cenário, a Abra manteria a propriedade total de sua participação em outra companhia aérea latino-americana, a Avianca Holdings. Qualquer acordo precisaria ser aprovado pelos controladores, credores e acionistas das empresas, juntamente com os reguladores.
As ações de ambas as companhias aéreas brasileiras ganharam com o relatório da Bloomberg, e a negociação de suas ações foi brevemente interrompida em São Paulo. A Gol subiu 8%, a R$ 1,48, enquanto a Azul reverteu as perdas, saltando até 2,2%, a R$ 10,70.
A Bloomberg informou em março que a Azul contratou o Citigroup Inc. e a Guggenheim Partners para explorar um acordo para a Gol, que está se reestruturando depois de enfrentar dificuldades para lidar com pagamentos de dívidas e custos de combustível. A ideia da potencial transação com o Grupo Abra ganhou força nas últimas semanas, à medida que as discussões entre as empresas esquentavam, disse uma das pessoas.
Azul e Abra não quiseram comentar para a Bloomberg. A Gol não respondeu a um pedido de comentário. Os reguladores no Brasil e em outros países precisariam aprovar um acordo. Embora a fusão da Azul e da Gol reduzisse o número de grandes operadoras locais de três para duas, a Azul estaria otimista de que poderá obter aprovação, disseram as pessoas.
Em texto na Coluna Capital do O Globo, a jornalista Mariana Barbosa aponta que “uma eventual fusão das operações de Azul e Gol deixaria mais da metade da oferta de assentos do País sem qualquer concorrência, situação que tende a elevar ainda mais os preços das passagens”.
O texto também conta com a colaboração do economista Cleveland Prates, professor da FGV-SP e ex-conselheiro do CADE, que colocou a fusão como “uma operação que preocuparia demais do ponto de vista concorrencial. Essas empresas concorrem diretamente em várias rotas e a análise concorrencial teria que avaliar onde elas concorrem e deixarão de concorrer. Seria ainda pior se fosse Gol com Latam, onde a sobreposição de rotas é maior”.
Empresas americanas, como American e United Airlines, também estariam analisando um possível investimento na Gol, segundo analistas do mercado. Para esses especialistas, seriam opções mais fáceis de serem aprovadas pela RJ e pelo governo brasileiro, devido à questão de concentração de mercado apontada pela reportagem do jornal O Globo.
Fonte: Boomberg e Panrotas
Foto: Reprodução / onlyyouqj / Freepik
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