sábado, novembro 23, 2024

Saúde – “Família Planejada!” – Projeto reduzirá tempo de espera por laqueaduras na maternidade Nazira Daou.

 O Governo do Amazonas lançou, nesta sexta-feira (17), na maternidade Nazira Daou, o projeto Família Planejada por meio do qual pretende realizar, pelo menos, 432 cirurgias de laqueadura até o fim do ano.

O lançamento aconteceu na maternidade, localizada no bairro Cidade Nova, zona norte, referência em Planejamento Reprodutivo na rede estadual de saúde. 

Com o projeto, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) objetiva reduzir o tempo de espera das mulheres que aguardam laqueadura na rede pública. As cirurgias de rotina estão mantidas na unidade, durante a semana, e no fim de semana, haverá plantões cirúrgicos específicos a fim de acelerar os procedimentos de pacientes já marcados. As cirurgias de fim de semana iniciam já a partir deste sábado e domingo (18 e 19).

Segundo o secretário de Estado de Saúde Interino, Marcellus Campêlo, serão realizadas, inicialmente, 26 cirurgias por semana. De segunda a sexta-feira, serão feitas dez cirurgias, sendo duas por dia, e no fim de semana, 16 procedimentos – oito no sábado e oito no domingo. “É uma meta inicial, mas temos condições de dobrar no decorrer do projeto”, acrescenta.

Conforme a diretora da maternidade Nazira Daou, Andreia Gonçalves Castro, um dos objetivos da Susam é compensar as cirurgias que deixaram de ser feitas entre março e junho, por ocasião da pandemia de Covid-19, quando procedimentos eletivos foram adiados.

“O projeto vai suprir a necessidade das laqueaduras que ficaram pendentes durante a pandemia de Covid-19. As cirurgias que ficaram pendentes nos meses de maio e junho, serão feitas durante os finais de semana e durante a semana”, garantiu.

O projeto envolve outras unidades parceiras. O Hospital/Maternidade Chapot Prevost e o Hospital Geraldo da Rocha vão ajudar com recursos humanos e equipamentos. Já as demais maternidades ficarão como retaguarda de apoio para a maternidade Nazira Daou. 

“As prioridades são as mulheres que tiveram seus procedimentos afetados por conta da pandemia e consequentemente, elas serão as primeiras da fila para as cirurgias dos finais de semana, já durante a semana, o procedimento é para quem já estava na lista regular”, acrescentou a diretora da maternidade. 

 A cirurgia de laqueadura, procedimento de esterilização para mulheres que não pretendem ou não podem mais engravidar, é garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As regras para a realização estão definidas na Lei Federal n° 9.263/96, conhecida como Lei do Planejamento Familiar.  

Para estar apta, a mulher precisa ter mais de 25 anos ou pelo menos dois filhos vivos.   A outra condição é gravidez com risco de vida para a mulher e para o feto. Mulheres que já fizeram três cesarianas podem fazer a laqueadura, já que uma nova gravidez seria de risco. 

Para quem pretende realizar o procedimento, o primeiro caminho é buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que fará o encaminhamento ao atendimento especializado realizado no Ambulatório de Planejamento Reprodutivo da maternidade Nazira Daou. 

“A gestante interessada em fazer laqueadura, que esteja dentro dos padrões previstos para que seja feito o procedimento, comparece a uma unidade básica de saúde e realiza todo o processo com a equipe multidisciplinar e se estiver dentro dos critérios, será aprovada e no momento oportuno, passará pela cirurgia”, explicou a gerente de Maternidade da Susam, enfermeira Maria Dalzira Pimentel.

Mesmo durante o pico da pandemia, o Ambulatório de Planejamento Reprodutivo da maternidade manteve-se funcionando para a colocação de DIU (Dispositivo Intra Uterino). 

“O nosso ambulatório é tanto para planejamento reprodutivo quanto para atendimento de pré-natal de alto risco e nós não suspendemos o atendimento durante a pandemia, apenas reduzimos o número por uma questão de segurança”, afirmou a diretora. 

Também foram mantidas as laqueaduras de cesarianas, aquelas em que a paciente já faz a programação durante a gravidez e realiza o procedimento no pós-parto. Ela ressalta que o serviço é referência no Amazonas e recebe demandas de outros estados da região norte, como o oeste do Pará, Rondônia e até de estrangeiras, a exemplo das venezuelanas.

Com 29 anos e mãe de dois filhos, a dona de casa Nayara Medeiros faz parte do grupo de 16 mulheres que passarão pelo procedimento neste final de semana. Assim como muitas mulheres, ela acreditava que o processo para realizar a laqueadura fosse mais burocrático e demorado.

“Sempre me falaram algo como ‘é muito burocrático’, ‘talvez você  consiga devido à idade’, ‘tem que ter mais de três filhos’, então, eu vim buscar o apoio do serviço sem a esperança de que fosse conseguir, mas estou surpresa porque não demorou, mesmo com a pandemia”, comentou.


  • Fonte: Secom.
  • Fotos e imagens: Rodrigo Santos/ Susam

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