Nesta última sexta-feira (30), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a conta de luz continuará em agosto com a taxa extra mais elevada.
Portanto, com a decisão, seguirá em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, na qual são cobrados R$ 9,49 a mais na conta de luz a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos.
“Agosto inicia-se com igual perspectiva hidrológica, com os principais reservatórios do SIN em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano. Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos”, diz a nota da Aneel.
O valor de R$ 9,49 é 52% superior ao registrado em junho, quando a bandeira vermelha 2 também estava em vigor e custava R$ 6,24 a mais a cada 100 kWh. O valor foi reajustado a partir de julho, com o baixo nível dos reservatórios.
Subir novamente
Há, ainda, a possibilidade de a agência subir novamente o valor da bandeira vermelha 2. Uma consulta pública foi aberta neste mês para decidir se a taxa dessa bandeira continuará em R$ 9,49 por 100 kWh ou se aumentará para R$ 11,5 por cada 100 kWh, em virtude da pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
Essa consulta pública foi encerrada em 30 de julho. Agora, a área técnica vai emitir seu parecer e o processo será levado para decisão da diretoria colegiada da Aneel. Ainda não tem data para isso acontecer.
Reservatórios em baixo nível
Segundo projeções da área técnica da Aneel, a tendência é que a bandeira vermelha patamar 2 vigore até novembro nas contas de luz. O motivo é o baixo nível de reservatórios das usinas hidrelétricas, fruto do mais seco período chuvoso em 91 anos, registrado de novembro de 2020 a abril de 2021.
Até quinta-feira (29), os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste – responsáveis por cerca de 70% da capacidade de geração de energia do país – estavam em níveis muito baixos: 26,14%, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Para efeitos de comparação, o nível água dos reservatórios em 2001, quando o país passou por um racionamento de energia, era de cerca de 27% em julho daquele ano. O ONS acredita que os reservatórios podem cair para 10% da sua capacidade até novembro deste ano, pois estamos no período seco (chuvas escassas).
Para evitar o esvaziamento completo dos reservatórios e garantir o fornecimento de energia, as usinas termelétricas têm sido acionadas. Porém, são mais poluentes e mais caras se comparadas às usinas hidrelétricas.
O aumento no custo da geração de energia é repassado para os consumidores através das bandeiras tarifárias e, se necessário, nos reajustes anuais de cada distribuidora de energia.
Apesar do baixo nível dos reservatórios, o governo descarta racionamento de energia em 2021.
- Fonte: D24Am / G1.
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