quinta-feira, novembro 21, 2024

Meio ambiente – “Desenvolvimento sustentável na Amazônia” – Arthur Neto conversa com Marina Silva sobre práticas ambientalistas.

Na noite desta última quarta-feira (25), o ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto e a ex-ministra do Meio Ambiente, professora e ambientalista, Marina Silva debateram sobre a Amazônia, o desenvolvimento sustentável e a proteção ao meio ambiente.

A conversa ocorreu durante mais uma edição do “Webinar”, uma das ferramentas utilizadas pelo Núcleo de Educação Política e Renovação, do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), coordenado por Arthur Neto. Segundo a organização, o intuito é de fomentar a democracia, a cidadania e a participação da sociedade na política.

“O Brasil sem a Amazônia não tem futuro. Com a Amazônia, boas práticas ambientais e parceiros nacionais e internacionais para o desenvolvimento sustentável, terá um futuro brilhante”, afirmou Arthur, durante o webinar “Desenvolvimento Sustentável na Amazônia” desta quarta.

Arthur também falou sobre os dados alarmantes de aquecimento global e os riscos de perdas irreparáveis para o Brasil nos aspectos econômico, ecológico e social. Segundo ele, “já passou da hora de brincar de proteger o meio ambiente”, visto que, atualmente, cuidar do meio ambiente não se trata de uma trabalho apenas para os ambientalistas, como também para os gestores governamentais.

“Não vejo ninguém nesse governo preocupado com essa perspectiva de futuro tão desoladora, ninguém com a cabeça pensando que, muito em breve, o planeta não terá condições de habitabilidade. Eles não acreditam nisso. E, se continuarmos assim, seremos uma geração de incompetentes, responsáveis pela destruição da Amazônia”, denunciou o ex-senador.

“A sustentabilidade é tão relevante que sem ela, talvez, não se consiga manter a Amazônia sob a bandeira brasileira. Temos a galinha dos ovos de ouro e não podemos simplesmente matá-la. Não vejo saída para o Brasil a não ser compormos um modelo que alie as boas práticas econômicas e as boas práticas ambientais”, completou.

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Marina Silva reforçou esse pensamento afirmando, ainda, que não dá para separar economia de ecologia. “Elas têm que estar juntas, na mesma equação”, afirmou.

“A sustentabilidade tem a ver com o uso, com sabedoria, dos recursos naturais, de forma a suprir nossas necessidades, sem que isso signifique privar as futuras gerações dos mesmos benefícios. No caso da Amazônia, significa a tradução do que a ONU propõe, ou seja, envolve os aspectos ambiental, econômico, cultural e social e eu acrescento que precisa ser sustentável também do ponto de vista político, ético e estético”, destacou.

De acordo com a ambientalista, hoje, a maior parte dos problemas ambientais são provocadas por políticas equivocadas e que não levam em conta as técnicas e conhecimentos já adquiridos.

“Os problemas mais graves são de natureza política e ética. Já temos a maior parte das respostas técnicas, o que precisamos é do compromisso de mudar o modelo econômico – hoje predatório – em benefício da vida, da preservação da floresta. Precisamos que as lideranças políticas sejam capazes de promover ação continuada para o desenvolvimento sustentável. O modelo predatório recebe incentivos há séculos, o novo modelo também precisa ser incentivado para fazer a transição para a economia sustentável”, enfatizou Marina Silva.

Bioeconomia

Uma das vertentes debatidas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia foi a bioeconomia, centrada no desenvolvimento de cadeias produtivas de produtos nativos da floresta, a exemplo do açaí, cuja cadeia produtiva gera hoje mais empregos diretos e indiretos que a maior mineradora do país.

“O Brasil já teve na castanha e na borracha grandes fontes de produção e de riquezas. Agora, temos um produto cuja cadeia produtiva gera mais empregos e mais impostos que a Vale do Rio Doce. Imaginem se agregarmos outros produtos, iniciarmos um novo ciclo de prosperidade no lugar da invasão, da grilagem, substituição das riquezas naturais por capim”, defendeu Marina. “A Amazônia é fonte de riquezas, de conhecimento, não é lugar de problemas, é um lugar de solução”, afirmou.

Outro segmento apontado por ambos como viabilidade de desenvolvimento sustentável para a Amazônia foi o turismo, nas suas várias nuances, potencializando a beleza da Amazônia preservada e seu grande valor pictórico, imagético e acústico, que conferem identidade ao Brasil e relevância perante o mundo.

“O Brasil tem um interesse para o mundo que se chama Amazônia”, afirmou Marina. “E o modelo de economia sustentável para a Amazônia pressupõe preservação de seus povos originais, modelo diversificado com base sustentável, fim dos desmatamentos e da destruição da floresta”, completou a ex-ministra.

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Para Arthur Virgílio é necessário aproveitar o que a região dá sem derrubar árvores, sem reduzir os fluxos dos rios.

“Daqui a pouco teremos o barril de água mais bem avaliado que o petróleo. Temos que ter muito cuidado com isso”, alertou. “Com os desmatamentos, o Brasil está perdendo água, tendo seus rios transformados em igarapés ou riachos”, disse.

A destruição da floresta também afeta o regime de chuvas no país por conta do fenômeno conhecido como “rios voadores” – a evaporação das águas das chuvas pelas árvores leva de volta a umidade para as nuvens e o vento as conduz para outras regiões, promovendo chuvas.


  • Fonte: da Redação / Assessoria de Comunicação.
  • Foto: Divulgação.

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