sexta-feira, novembro 22, 2024

Educação – “Justa homenagem!” – Projeto de Lei “Biblioteca Pública Virtual de Manaus Francisco Calheiros”, foi aprovada na CMM.

O Projeto de Lei (PL) que cria a “Biblioteca Pública Virtual de Manaus Francisco Calheiros”, foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira (20).

A lei de autoria do vereador Amom Mandel (sem partido) estabelece que o Poder Executivo Municipal disponibilize na rede mundial de computadores que obras físicas de escritores locais e nacionais.

“Além de uma justa homenagem ao grande professor Calheiros, a biblioteca vai permitir que todo o mundo, através da internet, consulte as obras dos nossos escritores e poetas. Ganha Manaus, ganha a educação, ganha a cultura”, comemorou o autor do PL, vereador Amom Mandel.

Pedro Calheiros, filho do homenageado, comemorou a aprovação do projeto nas redes sociais.

“Estou muito feliz. É uma forma de manter o legado dele para a história da nossa cidade”, disse Pedro.

Promulgado, agora o projeto segue para sanção do prefeito de Manaus. Cabe a prefeitura da cidade colocar em prática o que determina a nova lei.

Sobre Francisco Calheiros

Francisco (Soares) Calheiros nasceu em Itacoatiara, no dia 29 de novembro de 1968. Filho de Maria de Nazaré Soares Calheiros. Não conheceu pai, que se recusou a assumir a paternidade da criança.

Para o jovem Francisco, ficar em Itacoatiara era não realizar seu maior sonho: ser médico. Foi então que em 1986 passou a morar em Manaus, onde concluiu o ensino técnico em contabilidade no tradicional Colégio Sólon de Lucena. A experiência foi traumática. Sem ter onde morar, passou a viver de favor na casa de um tio, cuja esposa tratava o jovem escritor com indiferença, humilhando-o e desrespeitando-o na sua condição de menino pobre vindo do interior. Sem nenhum recurso financeiro e vivendo de “bico”, ia para o colégio a pé, percorrendo os quase dez quilômetros que separam a escola do centro da cidade, nas proximidades onde morava. Pensou várias vezes em desistir, mas a determinação foi mais forte, superou a pobreza e todos os obstáculos que o provocavam a parar e voltar ao interior. Influenciado por Thiago de Mello, não se inscreveu no vestibular para Medicina, com grandes possibilidades de ser aprovado. Licenciatura Plena em Letras foi o curso escolhido. Aprovado no vestibular para o curso de Letras da UA, atual Universidade Federal do Amazonas, iniciou o curso em 1988, graduando-se em 1993.

No 4º período do Curso de Letras, passa a ser professor contratado da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), no Colégio Antenor Sarmento Pessoa. Já formado, é aprovado em concurso público para a mesma secretaria e exerce o magistério em várias escolas da rede pública de ensino, como o Instituto de Educação do Amazonas, Colégio Benjamim Constant, Castelo Branco, Padre Pedro Gisland, Valdomiro Peres Lustosa, Elda Bitton Telles da Rocha. Trabalhou em várias escolas e faculdades particulares de Manaus.

Tornou-se muito conhecido como professor de cursos pré-vestibulares e ministrou aulas de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no antigo Curso Camões, Castro Alves, Objetivo, Padrão. Antes de nos deixar, exercia o magistério no Curso Equipol, Curso Evolução e pertencia ao quadro docente do Centro Educacional Adalberto Valle. 

Insatisfeito com o magistério, ingressa na Faculdade de Direito, mas nunca conseguiu abandonar o as salas de aula por inteiro, assumindo as duas profissões até o fim de sua vida. Como advogado, venceu o caso da pequena Isadora Thury (portadora de AME), obrigando a União a custear o remédio de R$12 milhões de reais.

Participou de vários CONPOFAIs (concurso de poesia falada realizado pela Airma por ocasião do Fecani, tendo obtido o primeiro lugar, em 1989, com o poema “Homens que aplaudis o meu discurso) Em maio de 2009, com um grupo de intelectuais, entre os quais Frank Chaves (historiador), Auricélia Fernandes (poetisa) Esther Araújo (educadora), ajuda a fundar a Academia Itacoatiarense de Letras, tendo sido eleito seu primeiro presidente.

Francisco Calheiros já publicou os seguintes livros: Provável Poesia (1996), Canções de Novembro e algumas preces (2007) e Quadro Negro (2012). Sua poesia tem muito de Thiago de Mello, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, seu autor preferido. Costuma dizer que como Manuel Bandeira teve a Rua da União, ele teve a Estrada Stone. Hoje seus poemas são conhecidos em vários estados brasileiros e são lidos em escolas, eventos e faculdades, além de serem citados como referência em várias obras e trabalhos universitários.

Francisco Calheiros é considerado por muitos como um dos grandes poetas que o Amazonas já teve. O escritor deixou a vida para entrar na história quando não resistiu a complicações de Covid-19, após ficar internado em hospital de Manaus.


  • Fonte: Assessoria de Comunicação.
  • Foto: Divulgação.

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