sexta-feira, novembro 22, 2024
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Artigo Opinião – “Saúde Mental” – Outubro Rosa: Câncer de mama e seus impactos psicológicos.

O Outubro Rosa é uma campanha a nível mundial que tem como objetivo primordial alertar sobre a promoção da saúde feminina, em especial a sensibilização no que tange a prevenção e o diagnóstico precoce desse tipo de câncer, mais comum entre as mulheres e que mais mata mulheres no mundo e que quanto mais precoce o diagnóstico, mais aumentam as chances de cura.

A palavra câncer ainda carrega um grande estigma (aquela doença ou aquilo, coitado, quanto tempo…), sinônimo para muitos, ainda na atualidade, de morte, mutilação, amputação, pouco tempo de vida, sofrimento, a partir da confirmação diagnóstica, inicia-se um processo de dúvidas e incertezas, que podem ou não, serem amenizadas ao longo do tratamento.

            “Muito se fala sobre a doença e seus efeitos físicos, mas pouco sobre os seus impactos emocionais, que em algumas mulheres pode ser devastador.” 

A primeira reação diante de um diagnóstico positivo é de desespero e o confronto com a possibilidade de finitude da vida humana, podendo passar por várias fases de conflito interno que oscilam desde a negação da doença, raiva ou revolta, barganha ou negociação, depressão até aceitação, segundo a médica psiquiatra Elizabeth Kübler-Ross.

Outro fato que pouco se fala e precisa ser observado, são os vários lutos (um conjunto de reações diante de uma perda) pelos quais a mulher passa nesse processo que vai da possível existência do câncer ao tratamento.

Lutos que perpassam pelo diagnóstico, tratamento cirúrgico, perda da imagem corporal, seus significados sociais que ultrapassam o conceito do meramente estético (tão cobrado na sociedade atual), intrinsecamente ligado à sensualidade, à sexualidade e à maternidade, as possíveis limitações da cirurgia e por fim o longo tratamento, podendo ser quimioterápico, radioterápicos e a base de hormônios.

Ainda nesse processo, sofre a cobrança de que ela precisa ser forte, ter fé, ser positiva e alguns até sorrir, quando muitas vezes ela só quer chorar ou ficar um pouco em silêncio.

“Esse momento é fundamental para que a mulher se permita a possibilidade de entrar em contato consigo mesma, acessar seus conteúdos, perscrutar o seu âmago e se descobrir num novo momento, numa nova realidade e quem sabe uma nova mulher, não a mulher maravilha, mas uma humana com a força que nós mulheres temos e às vezes, nem sabemos.”

Não podemos aqui, deixar de enfatizar a importantíssima rede de apoio que precisa se formar em torno dessa mulher nesse momento para acolhê-la em todas as suas nuances de humor.

  • A primeira rede de apoio é a família e os amigos próximos, colegas de trabalho, porém, sabemos que as pessoas quanto mais próximas da mulher nesse momento, também estão sofrendo, fragilizados e alguns também precisando de suporte emocional.
  • Porém essa rede também é formada pela equipe médica, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e os inúmeros grupos de apoio compostos por mulheres que já passaram ou passam por essa experiência em diferentes fases.
  • Ainda temos as redes de apoio externas, como organizações não governamentais, entidades e grupos de voluntários, que reúnem uma variedade de recursos para oferecer suporte psicológico e social às mulheres com câncer de mama.

Muitas vezes a mulher pode sentir que sua feminilidade foi roubada pela amputação de parte desse feminino, muitas vezes ela não se reconhecerá no seu corpo.

O importante é que ela saiba que seus medos, angustias, fantasias, sentimentos ambíguos, altos e baixos, fragilidades, ansiedade, sentimento de desenraizamento, impotência, culpas, baixa autoestima… São sentimentos esperados nesse processo e não se cobre tanto, porque essa inversão de papéis nesse momento é necessário, onde a que cuida precisa agora ser cuidada e que a família e os amigos próximos passam a ser o olhar que olha o outro!

A rede de apoio faz com que a mulher não se sinta abandonada ou sozinha e acima de tudo, se toquem, se olhem e se cuidem sem preconceitos, sem tabus e vão ao médico com frequência.

“O diagnóstico precoce ainda é nossa maior chance de sobrevivência!”


  • Por: Katherine Benevides.
  • Foto: Divulgação.

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