terça-feira, novembro 26, 2024

Amazonas – Amostras de sangue encontradas em lancha serão analisadas em Manaus

As amostras do sangue encontrado na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, investigado por envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, serão analisadas em Manaus, capital do Amazonas. Ainda não se sabe se o sangue é humano ou de animais. A polícia ainda não informou quanto tempo levará para analisar o material.

Nessa quinta-feira (9), a justiça decretou a prisão preventiva do suspeito por 30 dias.

Conhecido como “Pelado”, Amarildo, de 41 anos, está preso desde terça-feira (7), mas por outro motivo. É que, durante buscas na casa dele, policiais militares encontraram uma porção de droga, além de munição de uso restrito das Forças Armadas.

Na ocasião, também foi apreendida a lancha usada por ele. No domingo (5), dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, ele foi visto por ribeirinhos passando no rio logo atrás da embarcação dos dois, no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Os procuradores dos municípios de Atalaia do Norte e da cidade vizinha Benjamin Constant chegaram a assumir a defesa de “Pelado”, mas acabaram deixando o caso diante da repercussão negativa.

O prefeito de Atalaia, Denis Paiva (PSC), também precisou se explicar ao circularem fotos nas redes sociais que o mostram na casa de Amarildo no dia em que ele foi preso e também ao lado do procurador da cidade, Ronaldo Caldas da Silva Maricaua, que até então atuava como advogado de defesa do suspeito.

Em entrevista à Globonews, Paiva disse que foi até a casa dele para se inteirar da situação com a polícia e que não interferiu na prisão. Sobre a foto em que aparece conversando com o procurador, disse que tinha ido até a delegacia para obter informações com o delegado “com a preocupação de dar uma resposta para a população” e que encontrou o procurador por acaso.

O presidente Jair Bolsonaro, que está em viagem aos Estados Unidos, foi questionado nesta quinta sobre os desaparecimentos e voltou a dizer que o indigenista e o jornalista foram para “uma aventura”. “A gente lamenta pelo pior”, disse.

Perícia

De acordo com o delegado do município de Atalaia do Norte, Alex Perez Timóteo, a perícia na embarcação foi feita com o uso de um reagente chamado luminol, que apontou “vários vestígios de sangue”.

“Resta saber, comprovar, com o laudo, se se trata de sangue humano ou de animal. Ainda não temos essa confirmação, mas a perita informou que o laudo sairá em tempo hábil”, afirmou o delegado, sem dar, porém, uma previsão de quando isso deve acontecer.

A Polícia Federal informou que o material coletado durante a perícia foi encaminhado de helicóptero para Manaus para ser analisado. As famílias dos dois desaparecidos irão fornecer material genético para confrontar com o material.


*G1 Amazonas 

  • Foto:Divulgação

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